Relatório preliminar divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Circuito Favelas por Direitos, que reúne órgãos do poder público e entidades da sociedade civil, indica que as Forças Armadas e as polícias do Rio de Janeiro cometeram 30 tipos distintos de violações de direitos contra a população das áreas que foram alvo de ações durante a intervenção federal decretada por Michel Temer (MDB) após o carnaval.
São 300 relatos anônimos e espontâneos de moradores de 15 comunidades coletados desde abril em projeto coordenado pela Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Estado do Rio (DPRJ), e que contou com a colaboração da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Defensoria Pública da União (DPU), Subsecretaria estadual de Direitos Humanos e organizações civis.
Os 30 tipos de violações incluem violação em domicílio, relatos de furto e roubo por parte de agentes de segurança, dano ao patrimônio, violência sexual, extorsão, ameaças, agressões físicas, execuções, disparos a esmo, entre outros.
“O Exército entrou aqui no bar e roubou o X-box do meu filho, comeu nossa mercadoria, levou a bebida, foi mais de 4 mil de prejuízo. A gente trabalha pra ter esse pouco e eles fazem isso”, relatou um comerciante que teve a identidade preservada. Outro morador conta que o seu portão foi arrombado sucessivas vezes. “Agora eu coloco só uma correntinha, porque não dá para ficar consertando toda hora.”
Além de roubos e invasões, os relatos também apontam para o desrespeito dos militares e policiais em relação às mulheres. “Eles vêm revistar a gente já gritando, chamando a gente de piranha, mulher de bandido, drogada. Vem empurrando e mexendo na gente. Eu sei que só mulher que pode revistar mulher, mas se a gente não deixar, leva tapa na cara.”
Confira aqui o relatório completo do Circuito Favelas por Direitos.
Fonte: Rede Brasil Atual
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