Saúde da população em situação de rua

Texto da aluna do NPC 2011, Ellen C. F. de Souza

 

Nas ruas, marquises, praças e debaixo de viadutos do município do Rio de Janeiro, está vivendo uma numerosa população em situação de rua. Segundo pesquisas, a maioria são homens em idade adulta (acima dos 30 anos e abaixo de 65), com baixo nível de escolaridade, de origem em vários Estados. Nesses meses de inverno, crescem os casos de doenças respiratórias entre essa população e grande parte desenvolve a Tuberculose.

As condições são desfavoráveis à manutenção e recuperação da saúde dessas pessoas. Eles estão expostos aos fatores climáticos, à violência, à privação de cuidados pessoais de higiene e alimentação. Sofrimentos psíquicos decorrentes do preconceito, perda dos vínculos, baixa estima, o excluem ainda mais da possibilidade de buscar tratamento nos espaços públicos de saúde. Ainda porque não tem como comprovar residência e alguns não possuem mais a documentação, o mínimo exigido para um cadastro num hospital.

Essa situação chegou a essa gravidade porque a saúde no Brasil só passou a ser direito de todos e dever do Estado há apenas 20 anos, através da luta de movimentos sociais pela reforma do sistema de saúde brasileiro. Antes a saúde era contributiva, ou seja, somente os trabalhadores de carteira assinada eram os que possuíam direito de serem atendidos nos hospitais. Os governos não estavam preocupados com a saúde, mas sim em manter um contingente de trabalhadores ativos para alimentar áreas de sustentação da economia. Assim, somente algumas categorias de trabalhadores como os ferroviários e marítimos conseguiam, por meio de lutas organizadas, conquistar algumas melhorias no atendimento à saúde. Por essas razões, pode-se dizer que, essa população de homens em idade adulta adoece pelo desemprego, pela falta de moradia, pela falta de vínculo familiar. E ainda são excluídos por estarem fora do sistema de produção e consumo da sociedade.

 

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