Porque quando escrevemos, estamos totalmente presentes. Totalmente aqui. Literalmente, o presente está nas nossas mãos.
A ansiedade, portanto, desaparece ou diminui, já que ela consiste em nos transportar para um tempo futuro e ameaçador.
E no aqui e agora está tudo bem. Aqui está tudo bem. Enquanto escrevo, está tudo bem.
Algo tão simples. Coisa parecida ocorre quando desenho. Ao desenhar, o tempo para. Não consigo pensar enquanto desenho.
O traçado das linhas absorve por completo a minha atenção.
A vida é uma experiência. Gosto de pensar na vida como uma experiência. Uma coisa que acontece e que nos vemos obrigadas e obrigados a enfrentar.
Ver o que é. Ver como é. E tomar decisões. O que é que eu quero? O que é que eu quero fazer da minha vida? O que é que para mim vale a pena fazer neste instante?
E em todos os instantes que se seguem?
Experimentar. Ver com o é. Me aproximar mais um pouco disto que está aqui, e que muitas vezes me surpreende.
Escrever, desenhar, ver. Experimentar. Isto é viver. Definir objetivos. Traçar rumos. Fazer de cada dia uma novidade.
Novidade que nos surpreende e nos aproxima do nosso ideal. Quanto mais me entrego ao presente como algo novo, mais a vida me encanta.
Mais me encanto com a vida.

Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ-Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora, 2001. Publicado em espanhol pela Editora Homo Sapiens. Buenos Aires, 2005), Mosaico (João Pessoa: Editora da UFPB, 2003), Resurrección, (2009). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/