Lançado no último sábado (11/03) no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste carioca, o livro Xarpi – um registro sobre a pixação no Rio de Janeiro busca fazer um registro histórico sobre os rabiscos feitos do final dos anos 70 ao início dos anos 90 nos muros da cidade. Seus autores passaram mais de 8 anos fotografando e decifrando as palavras escritas nas paredes dos bairros para deixá-las registradas nesta obra. O livro contém uma parte textual com uma cronologia do fenômeno nesse período baseada em materiais publicados em periódicos, revistas e jornais de grande circulação.
Segundo João Marcelo, designer gráfico formado em Desenho Industrial na Faculdade da Cidade, de 42 anos, principal pesquisador do livro, tudo começou na mesa de um bar entre amigos bebendo umas cervejas relembrando as pichações dos anos 80. Na conversa eles decidiram iniciar um trabalho de catalogação visual dessa prática urbana, e que daquela época para cá já estava naturalmente desaparecendo das paredes da cidade devido à ação do tempo.
“Sou designer e fazia direção de arte de uma revista na época, e já tinha bastante experiência nessa área. Era um dia de sábado e no domingo já estávamos fotografando as pichações por todo o Rio. Conheço parte do assunto porque nasci em 1974 e em 1980 quando a pichação surgia eu morava em Vila Isabel, que é um dos bairros onde foi iniciada a pichação. As pichações naquela época eram completamente legíveis. Estava nos primórdios, e eu meio que aprendi a ler também vendo pichação”, conta o autor.
Durante quase oito anos eles percorreram quase todos os bairros da cidade. O que parecia ser um registro de 300 pichadores conhecidos, na prática se tornou mais de mil pessoas envolvidas no tema. Ao atingirem mais de 1.400 fotos ficou decidido que havia chegado a hora de fazer o projeto gráfico final do livro.
“Nossa expectativa é deixar um registro consistente sobre a pichação no Rio de Janeiro, registro esse da primeira geração de pichadores. Para que isso fique visualmente catalogado em algum lugar da história. Acreditamos que uma prática que mobilizou durante muito ou pouco tempo a vida de tantos jovens merece algum tipo de registro. Além de existir algo de genuíno naquela tipografia urbana, que curiosamente difere bastante das caligrafias (tags) de outras metrópoles como São Paulo, Paris ou Nova York. Sem nenhum estudo prévio. Mais de 95% das pichações registradas através de foto contidas nesse livro já foram apagadas”, explicou.
Título: Xarpi – um registro sobre a pixação no Rio de Janeiro
Capa: papel couché matte 300g 4/4 colorido
Miolo: 160 páginas, papel couché matte 150g.
Formato: 21X26 cm
Autor: João Marcelo
Pesquisa: Clecio Freitas
Preço: R$ 100,00
Como adiquirir:
Mercado Livre
Livro Xarpi – Um Registro Sobre A Pixação No Rio De Janeiro – R$ 100,00
Livro realiza registro histórico das pichações cariocas
