Falácias que ameaçam o nosso mundo 

Não precisamos recorrer à figura abjeta de Goebbels, chefe da propaganda ideológica do Nazismo, celebrizada pelo famigerado dito de que uma mentira repetida mil vezes acaba assumindo ares de verdade. Resulta trágico reconhecer, com Bertold Brecht, que “Ainda é fecundo o ventre de onde surgiu a besta imunda”. Não bastassem todas as atrocidades cometidas pelo Nazismo, eis que, cerca de 80 anos após, e já por algumas vezes, a humanidade volta a amargar práticas Nazistas, inclusive no Brasil.

Aqui e alhures é o mesmo o seu “Modus Operandi”, sempre alimentado por suas armas ideológicas letais, tais como o ódio, a mentira, a violência, a hipocrisia…

Como é amplamente sabido, o Nazi-Fascismo despreza qualquer referência ética, sempre empenhado em equiparar mentira e verdade. Um exemplo ilustrativo, na atualidade, pode ser conferido em recente entrevista feita ao jornalista estadunidense Michael Shellenberger. Quando perguntado se reconhece como mentirosa sua acusação feita contra figuras do Judiciário brasileiro, ele confirma com a maior “cara de pau”. Isto revela o completo desprezo pela ética, que forma parte do processo de humanização, comportando-se como alguém, para quem a mentira é banalizada, despudoradamente. A quem interessar possa, recomendo a íntegra da entrevista, pelo acesso ao link https://www.brasil247.com/blog/debater-a-liberdade-de-expressao-hoje-e-uma-cortina-de-fumaca-orquestrada-pela-extrema-direita#google_vignette

A este propósito, a despeito de certa diferença de grau, cumpre assinalar traços substantivos entre a Direita e a Extrema-direita, uma como outra camufladas, na história recente do Brasil, de “Centrão”. A despeito da frente ampla, na qual se sente obrigado a apostar o atual Governo, nunca é demais alertar para os riscos em que incorre nossa sociedade – aqui tratamos fundamentalmente desde a perspectivas  dos “de baixo” -, ao apostar no acerto desta estratégia (Frente Ampla), cujos malogros já amargam, em outras ocasiões.

Quando observamos, por exemplo, o altíssimo preço que somos obrigados a pagar, em consequência da famigerada Lei do Teto de Gastos, podemos nos dar conta dos profundos retrocessos a que este arcabouço fiscal nos submete. Não bastasse a retranca imposta pela autonomia do Banco Central – agravada pela gestão de um fiel representante do setor financista, o mais cruel dos setores do capitalismo -, eis que o Executivo se vê constantemente constrangido a lidar com as pressões diárias do tal “Mercado” fortemente acolitado pelo Legislativo e pela mídia corporativa.

Manter-nos algemados por esta lógica implica renunciarmos às legítimas aspirações e às promessas programáticas de campanha, à medida que a Lei do Teto de Gasto nos obriga:

– A reduzir o investimento público nas políticas públicas essenciais (saúde, educação, etc.);

– Impede ou reduz drasticamente a retomada de milhares de obras interrompidas, há anos;

– Aumenta a pressão parlamentar, especialmente dos Partidos da Direita e da extrema Direita, sobre o Executivo nas bizarras barganhas por verbas espúrias;

– Força o Executivo a comprimir ainda mais a massa salarial e poder aquisitivo dos trabalhadores e trabalhadoras, especialmente dos serviços públicos;

– Inviabiliza o cumprimento de promessas legítimas de campanha, como é o caso da redução de alíquotas do imposto de renda, situação aberrante, em que modestos assalariados são, por vezes, obrigados a pagar, de Imposto de renda o mesmo de banqueiros e de plutocratas;

– Ao mesmo tempo, o Executivo fica obrigado a seguir pagando religiosamente juros faraônicos, a título de serviço da dívida, uma dívida escandalosa e recheada de “mutretas”.

Sem a retomada do Trabalho de Base e das lutas dos Movimentos Sociais, não vislumbramos saída para um exitoso enfrentamento desses impasses.

Texto interrompido em 15/04/2024, em razão de minha internação hospitalar, em 16/04/2024. Resolvi compartilhá-lo, ainda que incompleto. 

João Pessoa, 29 de abril de 2024.

Um comentário sobre “Falácias que ameaçam o nosso mundo ”

  1. Pertencer a um movimento social proporciona uma força que sustenta. A inclusão em coletivos sociais ou sindicais, bem como também grupos voluntários, têm a virtude de consolidar ou construir vínculos, superando sensações e sentimentos de isolamento, tão nocivos. Penso especialmente, no meu caso, nas redes da Terapia Comunitária Integrativa, o movimento docente e a ADUFPB-JP, grupos de leitura.

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