Por Rodrigo Oliveira

O porto do Rio ganhou mais vida no penúltimo final de semana de maio. Em meio a um imenso e escuro espaço de prédios vazios e obras inacabadas, o Armazém 6 do cais mantinha iluminado seu nome como um importante ponto de cultura da cidade. Dando continuidade ao seu histórico de apresentações de cunho político, o chamado Armazém da Utopia abriu seus portões, desta vez para a peça Sacco e Vanzetti.
Com uma atuação que levava os espectadores para dentro da história, as vozes dos atores ecoavam alto, enquanto se moviam e surpreendiam a plateia, surgindo de diferentes pontos do espaço. Seu enredo girava em torno da prisão de dois trabalhadores italianos nos Estados Unidos do início da década de 20. Acusados de homicídio, os dois anarquistas foram duramente julgados e oprimidos pelas suas convicções políticas. Em homenagem à sua coragem e em respeito à bravura de seus argumentos apaixonados, inspiraram manifestações no mundo todo, clamando por sua libertação.
Sua história ficou gravada como símbolo de luta pela liberdade de expressão política. Escreveram-se vários livros contando sua batalha e, no mundo das artes, ganharam vida obras como esta encenada. Seu drama também pode ser conferido em filme, protagonizado pelo heroísmo dos militantes.
Sob a direção da Companhia Ensaio Aberto, a peça encerrou sua temporada no último domingo, dia 25 de maio. Esperamos que voltem outras vezes e abram novas mentes à importância da coragem à luta pela justiça e pela igualdade.