Encontrei hoje, no Bairro de Fátima, no Rio, um senhor do Paraná, mais de 70 anos, muito inteligente, perdido, sujo e sem emprego. Sem teto, sem dignidade.
Principal reclamação: na Avenida Rio Branco, mais de 50 pessoas passaram sem olhar, apesar do chamado dele. Pedia ajuda, sim, mas sobretudo atenção.
É isso, talvez, enfim, o que a “cidade grande” se tornou: um monte de gente pensando apenas em si, sem coração, sem tempo para exercitar o olhar.
Jornalista, 41, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.
E há ainda os que olham e não enxergam, assim como os que ouvem e não entendem, os que sofrem e não choram(não mais), pq tem sido assim, e acredita-se ser esse o preço da evolução, ou da concretização dos fatos de que há um Deus por vir, que salvará a todos, pq definitivamente não somos capazes de nos salvar…