Cheguei ao Brasil 44 anos atrás. Buscando uma esperança. Uma possibilidade de recomeço. Aqui fui acolhido. Encontrei o meu lugar.
O tempo passou. Terminaram a ditadura brasileira e a ditadura argentina. Começavam tempos de redemocratização. O tempo continua a passar. Veio a internet. A globalização. A pandemia. Parece um furacão.
Fui e continuo a ser uma pessoa que têm um entranhável amor à vida. As violências e carências que vivenciei me potenciaram para uma maior sensibilidade e solidariedade.
Especialmente com relação a quem sofre abusos, injustiça, exclusão. Tornei-me avô, o que significa que de acordo com critérios externos, que sou velho.
Algo no meu coração me diz que velho é quem perde a esperança, quem baixa os braços. Eu não desisti nem de mim mesmo nem da minha história de vida nem dos meus valores.
Continuo muito parecido àquele menino que consegui transformar as dores em flores. Não é vanglória. É recordação. É justiça. Fiz isto comunitariamente. Coletivamente. Família e amigos. E a rede da Terapia Comunitária Integrativa.

Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/