Por João Batista da Silva
Santa Dulce dos pobres
Senhor Deus do universo,
Concede-me graças mil
Na busca de inspiração
Contemplo o céu cor de anil
Para narrar sobre uma santa
Nascida em nosso Brasil
N o ano mil e novecentos
E quatorze, exatamente,
Dia vinte e seis de maio
Veio ao mundo um ser lactente
Cuja família educou
Muito carinhosamente.
Filha de Augusto Lopes,
Um dentista e professor,
Lá na UFBA
O seu pai lecionou,
Casou com Dulce Maria,
Bela família formou.
Maria Rita de Sousa
É o seu nome de batismo ,
Muita fé e devoção,
Caridade e altruísmo
Eram as suas qualidades
Nunca teve comodismo.
‘
Ao completar sete anos
A sua mãe faleceu,
Apesar de ser uma criança
Maria Rita aprendeu
As belas lições de amor
Que sua família lhe deu.
Aos treze anos de idade
A garota já acolhia
Os doentes e mendigos
Em sua casa com alegria,
No bairro de Nazaré,
Em Salvador na Bahia.
Ainda jovem a menina
Em determinado momento
Tomou sua decisão
De entrar para o convento
No qual pode constatar
Dos pobres o sofrimento.
No estado da Bahia,
Na capital Salvador
Viveu a Maria Rita
Que outro nome adotou.
Ao entrar para o convento
Irmã Dulce se chamou.
Dedicou a sua vida
À prática da caridade,
Fundamentou suas ações
Na justiça e na igualdade
Em favor dos que estavam
Em vulnerabilidade.
Pediu esmola para os pobres
E recebeu cusparada,
Perdoou quem lhe cuspiu,
Não ficou desanimada
E prosseguiu na missão
Que por Deus foi convocada.
Dulce demonstrava ser
Mulher de frágil aparência ,
Interiormente era forte,
Disso tinha consciência
E não lhe faltava forças
Pra dar ao pobre assistência.
Expressou o seu desejo
De abrir portas do convento
Pra moradores de rua
Que viviam ao relento,
Porém foi advertida
Por esse comportamento.
Dulce encontrou numa rua
Uma criança abandonada,
Com aparência de quem
Tinha a saúde abalada
E pedia , então socorro
Pra a vida ser preservada.
A Irmã Dulce encontrou
Uma casa desocupada,
Porém não podia entrar
Porquê estava fechada,
Então pediu a um banhista
Pra porta ser arrombada.
O banhista foi solícito,
Arrombou a porta ligeiro,
Dulce providenciou
Colchonete e candeeiro
Conseguiu leite e biscoito,
Mesmo estando sem dinheiro.
A Irmã Dulce utilizou
A casa desocupada
Para abrigar a pessoa
Que encontrou abandonada,
Por isso a fim de depor,
A freira foi convidada.
Para atender um doente
Ou um indigente qualquer,
A freira Maria Rita
Esteve sempre de pé
A prática da caridade
Embasava a sua fé.
Um dos milagres que foi
Por Roma investigado,
Cuja intercessão de Dulce
É um fato bem divulgado,
Neste modesto cordel
É, portanto, relatado.
José Maurício Moreira,
Cinquenta e um anos de idade,
Maestro profissional
De muita capacidade,
Na medicina não achou
Cura pra uma enfermidade.
Nove anos de cegueira
E de peregrinação
Buscando, na medicina,
Encontrar a solução
Pra sua patologia
Que lhe causava aflição
No ano dois mil e quatorze
Seu sofrimento aumentou.
Uma imagem da Irmã Dulce
Nos seus olhos colocou
Pedindo insistentemente
Para não mais sentir dor.
José, naquele momento,
A visão recuperou
E chamou a sua esposa
Que logo se apresentou.
Estou te vendo,minha nega.
Assim ele se expressou
O maestro voltou ao médico
Pra cura comunicar.
O médico naquele instante
Ficou só a escutar,
Em seguida declarou
Que não sabia explicar…
Esse e outros milagres
Que foram noticiados
Com relação a Irmã Dulce,
Em Roma apresentados,
Foram, pelo Vaticano,
Devidamente aprovados.
No dia treze de outubro
De dois mil e dezenove
Dulce é canonizada,
O povo se locomove
Para assistir a cerimônia
Que nos alegra e comove.
O nosso papa Francisco
Preside a celebração
Na qual Dulce recebeu
Sua canonização.
Guardemos essa lembrança
Na mente e no coração.
Dia treze de agosto,
Uma data sempre lembrada,
A Festa de Santa Dulce
Dos Pobres é celebrada.
O Brasil se regozija
Com a santa canonizada.