Professora trata da formação empreendedora na universidade durante 5º Telecongresso Internacional de Educação

A importância das universidades investirem em empreendedorismo será abordada na apresentação que a Profa. Dra. Sandra Korman, da PUC-RJ e também pesquisadora do Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência (NETCCON) da Escola de Comunicação da UFRJ (ECO/UFRJ), fará neste 5º Telecongresso, dedicado ao tema Educação, Competitividade e Desenvolvimento. Participam mais de 8 mil pessoas.

O Telecongresso Internacional ocorrerá nas próximas quarta e quinta-feira, 17 e 18 de outubro, em Brasília e São Paulo. As conferências, painéis e debates serão transmitidos para 105 núcleos. Desses, 104 estão espalhados pelo Brasil e um será instalado em Santiago de Compostela, na Espanha.

Organizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Universidade de Brasília (UnB), será transmitido pela Infovia da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A importância da inclusão da formação empreendedora nas universidades brasileiras será abordada pela Psicóloga, Pedagoga e Jornalista Sandra Korman Dib em sua participação. O tema fará parte do Painel “Competências para formação de empreendedores”, que acontecerá dia 18 de outubro, a partir das 10h.

ENTREVISTA

1 – Quais serão os principais tópicos discutidos na sua apresentação?

Como tema central refletiremos sobre a expansão e a emergência do campo do empreendedorismo e dos programas de formação na atualidade, e as novas pautas que lhes são endereçadas. Num tempo de intensa reconfiguração das relações dos jovens com o mundo produtivo, o movimento empreendedor se insere num espaço de interseção entre uma nova ordem econômica, social e política e algo que lhes é extremamente singular, como as suas chances e riscos de continuidade biográfica.

Em países divididos em meio às desigualdades e contradições, depois de duas décadas de envolvimento com as questões ligadas ao como empreender, as Formações Empreendedoras nas Universidades passam a operar também sobre complexas problemáticas relacionadas ao “empreender o quê? e empreender para que?” É sugerido que a implicação dos programas de empreendedorismo com tais problemáticas, além das que já contemplam, propicia à universidade a transição da condição de universidade que oferece cursos de empreendedorismo para a condição de universidade empreendedora.

2 – Qual a sua expectativa para este evento?

O encontro se concentra sobre temáticas balizadoras para o entendimento do contexto atual como educação e desenvolvimento, ou seja, sobre a maneira como se estruturam os cursos de ação para os sujeitos, contemporaneamente. Espero que tenhamos trocas corajosas e integradoras ao tratarmos de problemáticas globais, multifacetadas e ao mesmo tempo tão circunscritas aos nossos campos de atuação e vivências pessoais.

3 – Como avalia a educação hoje no Brasil?

Vivemos hoje um período marcado por intensos abalos tanto nos arranjos macro-sociais como nas experiências cotidianas, que resultam em instabilidades e falência dos modelos, das referências de continuidade e das possibilidades de transformação. Avalio o papel da educação como aquilo que permite pensarmos nas chances de algo como um redirecionamento civilizatório. Por meio de uma educação de qualidade em todos os níveis os sujeitos desenvolvem a capacidade de intervenção no mundo, de projetarem o futuro que desejam construir.

4 – Na sua opinião, como a educação pode ser utilizada de forma efetiva para
acelerar o desenvolvimento do Brasil? E torná-lo competitivo?

Em meio a uma economia global em acelerada transição que impõe novas competências e arranjos produtivos nos deparamos com os indicadores que descrevem as nossas crianças e jovens como excluídos, vulneráveis e em situação de risco. As análises destes indicadores nos permitem correlacionar estas situações de exílio e de instalação no provisório com o papel desempenhado pelo sistema educacional brasileiro. Além destes indicadores aqueles que trabalham com educação entram em contato com uma situação alarmante que aponta para um enorme passivo social.

Entretanto, as análises que nos falam deste passivo costumam ganhar visibilidade apenas quando traduzidas em números e cifras que asseguram, por exemplo, o quanto o país deixa de produzir e os riscos de se ficar para trás no cenário econômico internacional, pela impossibilidade de absorção de parcela significativa da população jovem. A educação, como principal dispositivo de desenvolvimento se efetiva quando assume, em todos os níveis, a luta contra a concentração de conhecimento e, por decorrência, a luta contra a concentração de poder e riqueza.

A educação que tiver como ideal ser abrangente, expansionista e transformadora está condicionada, primeiramente, a ser inclusiva, a ter qualidade e atuar como um grande movimento.

5 – O que falta para que o brasileiro seja empreendedor?

O que falta para o brasileiro empreender é justamente o que nos desestabiliza, nos move a pensar e a organizar um grande evento como este. Tenho observado que diante desta questão muitas pessoas se colocam como “técnicos de futebol”. Fora do campo e sem contato com a bola, parece ficar muito claro o que falta ou o que faltou para o jogador ter marcado o gol. A análise sobre o que falta para o brasileiro empreender comporta diferentes visões. Fico com a idéia de aliarmos ações por uma educação de qualidade à construção de projetos pessoais de vida tecidos a partir de visões compartilhadas.

E como isso se daria na prática? Pensando melhor, acho que o que falta para o brasileiro empreender é agendarmos o 6º Telecongresso abordando este tema! Deixo, entretanto, um pensamento do Jorge Luis Borges para aquecermos os motores até lá: “A parte que me falta é a falta que me parte”. Quem sabe a parte que falta para o brasileiro empreender seja a falta que parte o Brasil.

Perfil: Sandra Korman Dib
Graduada em Pedagogia, Jornalismo e Psicologia pela PUC-Rio, com mestrado e doutorado em Psicologia pela UFRJ. Possui experiência em Psicologia Social e Institucional e do Desenvolvimento, com produção científica e pedagógica concentrada nos seguintes temas: inserção e desenvolvimento profissionais e as singularidades dos itinerários contemporâneos; juventude, incertezas e vulnerabilidades; projeto profissional e visão de futuro; criação de projetos culturais.

É pesquisadora do Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência (NETCCON/ECO-UFRJ). Em 2006 publicou em co-autoria com as professoras Carla Bottino e Carolina Dias (CEMP/PUC-Rio) o livro “Empreendedorismo: matéria eletiva. Reflexões sobre a experiência em uma universidade”.

5º Telecongresso Internacional de Educação atrai mais de 8 mil pessoas

Mais de 8 mil pessoas participarão do 5º Telecongresso Internacional de Educação, que ocorrerá na quarta e na quinta-feira, 17 e 18 de outubro, em Brasília e São Paulo. As conferências, painéis e debates serão transmitidos para 105 núcleos. Desses, 104 estão espalhados pelo Brasil e um será instalado em Santiago de Compostela, na Espanha. As transmissões serão feitas pela Infovia da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Organizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da Universidade de Brasília (UnB), o 5º Telecongresso tem como tema Educação, Competitividade e Desenvolvimento. Ao longo dos dois dias, palestrantes nacionais e estrangeiros discutirão a relação entre o desenvolvimento econômico e a educação.

Para isso, o SESI convidou o professor Martin Carnoy, da Universidade de Satanford, nos Estados Unidos. Considerado um dos maiores especialistas do mundo em educação, Carnoy apresentará a conferência de abertura do evento, que tem como tema A Educação e a Economia do Conhecimento.

Também participará do 5º Telecongresso o sociólogo italiano Domenico de Masi, autor da teoria do ócio criativo. Ele apresentará a conferência Criatividade e Inovação na Sociedade Globalizada. De São Paulo, no dia 18, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, falará sobre Educação para a Responsabilidade Social e Ecossustentabilidade. O ex-reitor da UnB e senador Cristovam Buarque apresentará a conferência com o tema Responsabilidade Social e Ecossustentabilidade na Educação Superior.

Conforme a gerente-executiva da Unidade de Educação do SESI, Mariana Raposo, o Telecongresso é um dos maiores fóruns de debate da educação no Brasil. Nesta quinta edição, o evento abre a discussão sobre a qualidade da educação e sua importância para a competitividade das empresas e o crescimento do país. “A sociedade brasileira precisa discutir como a educação básica, a educação superior e a educação continuada podem responder às necessidades das empresas e à crescente exposição do Brasil à concorrência internacional”, comenta Mariana.

Ela explica que a formação de pessoas criativas, empreendedoras, que tenham responsabilidade social e ambiental, características requeridas pelo mercado de trabalho, começa na infância. “As pessoas são os sujeitos da inovação. De nada adianta ter recursos, centros de conhecimentos se não há pessoas criativas, com capacidade de produzir inovação”, diz a educadora.

Para formar pessoas inovadoras, afirma Mariana, as escolas precisam estimular a curiosidade, ter respostas para as dúvidas dos estudantes e incentivar a descoberta de coisas novas. Segundo Mariana, o 5º Telecongresso será um importante canal de debates e de construção de propostas que ajudem a melhorar a educação no Brasil.

Saiba tudo sobre o evento em www.telecongresso.sesi.org.br

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