Deixara-se ir pela ladeira da memória. A cidade perdida de Marte, de Bradbury. A cidade e as estrelas, de Arthur Clarke. Nas montanhas da loucura, de Lovecraft. Esse mundo sem fronteiras e sem ideologias, essa terra que se estendia em todas as direções, acolhendo-o, acolhendo o mundo, a vida, tudo que existe. O mundo da literatura, dos contos, dos romances.
Outro, é o mundo da poesia. Um mundo também sem proprietários. Um poeta prossegue as rimas dos outros, a construção é anônima e sem outro alvo que ela mesma, esse algo que não pode ser alcançado de outra forma. Borges o disse na Arte poética. A alusão. É um mundo de alusões. O poeta busca o que está ali, dentro dele e ao seu redor, e o traz para o lado de cá, o lado do efêmero, e nesse efêmero enxerta a eternidade.

Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/