O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, informou que “unidades de terapia intensiva estão chegando ao limite da capacidade em alguns lugares, particularmente na Europa e na América do Norte”. Enquanto isso, durante o fim de semana, líderes mundiais reavaliaram a situação e “tomaram ações para limitar o avanço do vírus”.
Ele admitiu que muitas pessoas em todo o mundo estão experimentando “fadiga pandêmica” mental e física mas reforçou a necessidade de permanecer forte. “Ninguém quer mais os chamados lockdowns”, ele reconheceu, pedindo que os líderes “equacionem a ruptura de vidas e meios de sobrevivência com a necessidade de proteger os trabalhadores de saúde e os sistemas de saúde, na medida em que as unidades de terapia intensiva enchem”.
Tedros falou enfaticamente sobre o estress e o trauma que os trabalhadores em saúde encontram na linha de frente com a nova leva de pacientes e reforçou a necessidade de protegê-los. “A melhor maneira de fazer isto é que todos nós tomemos todas a precauções que podemos para reduzir o risco de transmissão, para nós e para os outros”, afirmou o dirigente.
Assunto de todos – Lutar contra a pandemia é um “assunto de todos”, reforçou Tedros, acrescentando que “todos devemos fazer a nossa parte”. Para manter as crianças na escola, os negócios abertos, vidas e meios de subsistência preservados, compromissos, acordos e sacrifícios devem ser feitos, reforçou.
Isto se traduz em, entre outras coisas, as pessoas ficarem em casa, manter distanciamento físico e usar máscara, enquanto governos devem interromper as cadeias de transmissão testando, isolando e cuidando dos casos, além de rastrear e apoiar quarentenas.
“Com estas medidas, você pode alcançar o vírus, pode se antecipar ao vírus e permanecer à frente dele”, explicou o chefe da OMS. “Dizemos isto porque temos visto muitos lugares ao redor do mundo se antecipando e permanecendo à frente do vírus”.
“A ciência continua a nos dizer a verdade sobre este vírus. Como contê-lo, eliminá-lo e parar que ele retorne e como salvar vidas entre aqueles atingidos”, ele lembrou, destacando que muitos países e cidades têm “seguido a ciência” com sucesso.
Politização – Para Tedros, divisões políticas, flagrante desrespeito com a ciência e com profissionais de saúde e a disseminação deliberada de confusão têm provocado um aumento de casos e mortes. “É por isto que digo repetidamente: parem a politização da COVID-19. Uma pandemia não é uma partida de futebol. Pensamento desejoso ou distração deliberada não irão prevenir a transmissão ou salvar vidas”, alertou.
E completou: o que salvará vidas é ciência, soluções e solidariedade.
Na semana passada, foi relatado o maior número de casos de COVID-19 em todo o mundo: 2,9 milhões de casos confirmados e quase 37 mil pessoas perderam a vida, segundo a OMS. Desde o início da pandemia, já foram infectadas quase 43 milhões de pessoas, com cerca de 1,15 milhão de mortes.
Fonte: Nações Unidas – Brasil
(27-10-2020)