Libertação
Do que se trata?
Era uma palavra muito escutada e pronunciada nos anos 1960.
Continua a ser uma palavra que mobiliza, neste século XXI em que parece que temos nos tornado presos e presas numa jaula de aço.
O que é a libertação?
Não vamos dissertar nem desenvolver uma reflexão de tipo acadêmico, mas sim vivencial. Apoiados, certamente, nas buscas e achados da pesquisa científica, que embasa este conceito ou noção.*
Trata-se de uma pessoa, comunidade, povo, nação ou coletivo maior (humanidade) vir a ser quem é, sem quaisquer constrangimento ou restrição à sua própria natureza essencial.
Uma olhada pelas páginas da história nos mostra como esta busca é incessante.
Práticamente poderíamos dizer que a própria humanidade é uma busca da liberdade.
Mas que tipo de liberdade? O que é liberdade? É um sinônimo da libertação?
Muitos textos desta revista estão inspirados e motivados pela busca de uma humanidade autêntica.
O que é que isto significa?
Virmos a ser quem somos, essencialmente, realmente, concretamente.
Não importa qual seja a sua idade, nem onde você esteja a morar, ou em que país você tenha nascido, nem tampouco qual a sua classe social nem etnia ou religião.
Importa que você é uma pessoa única e irrepetível.
Isto faz com que a sua caminhada em busca de si mesma ou de si mesmo, constantemente a ponha frente a frente com normas e leis.
Qual o papel do indivíduo na história?
Hoje muito se fala em “liberdade”, entendendo como tal, fazer o que eu quero, sem ligar para os demais.
Isto é um bastardeamento da palavra. Um sucateamento do seu significado. Liberdade é ser quem eu sou, em todas as minhas dimensões, uma das quais é a da responsabilidade.
Uma outra dimensão humana é a da colaboração, reciprocidade, solidariedade.
Constantemente e em todo momento somos remetidos e remetidas a outras pessoas.
Cada pequena coisa que fazemos ou deixamos de fazer, está a nos relacionar com outras pessoas. Nada somos nem fazemos em solidão.
A sociabilidade, portanto, é uma outra dimensão essencial do ser humano.
Mas qual é a sociabilidade libertadora, e qual a alienante?
Vocês podem ter percebido que aqui temos mais perguntas do que respostas.
A intenção é a de mobilizar, movimentar, estimular o desenvolvimento de buscas pessoas e coletivas, grupais.
Não tentamos impor visões de mundo, embora tenhamos as nossas.
O nosso propósito é promover o desenvolvimento integral da pessoa humana em todas as suas dimensões.
Uma prática pedagógica e cotidiana libertadora é a que me faz saber da minha multiplicidade, a minha diversidade, a totalidade em movimento que eu sou.
Eu não caibo em nenhuma doutrina nem teoria ou dogma.
Posso criar, devo criar, se de fato quero me tornar uma pessoa humana plena e feliz, ativa e livre, formas pessoais de existência.
Olhar em volta e para dentro, sempre.
Faça-nos chegar as suas impressões e experiências! Somos um canal aberto para o crescimento!
Bibliografia:
José Comblin, Vocação para a liberdade
Erich Fromm, O medo à liberdade
Paulo Freire, A educação como prática da liberdade
Adalberto Barreto, Terapia Comunitária passo a passo