Greve Geral leva milhares às ruas da Espanha e paralisa serviços em diversos países da Europa

A Greve Geral convocada nesta quarta-feira (14) por trabalhadores da Espanha, Portugal, Itália e Grécia, entre outros países, levou milhares para as ruas em protestos contra a retirada de direitos e o desemprego que atinge mais de 25 milhões de pessoas na União Europeia.

Na Espanha, mais de 110 mil pessoas realizaram uma passeata em Barcelona. Em Vigo, outra cidade espanhola, 125 mil manifestantes também realizaram uma manifestação. Mais de 80% dos trabalhadores aderiram à greve geral no país. Foram registrados atos de truculência contra os manifestantes, ao menos 117 pessoas foram presas e 40 ficaram feridas.

Aderiram à greve trabalhadores das indústrias siderúrgica, química, automotiva e de construção. Os sindicatos estimam que mais de 9 milhões de trabalhadores apoiaram as greves em Espanha. Mais de 240 voos foram cancelados em decorrência da Greve Geral. A participação dos trabalhadores foi de 96% na agricultura, pecuária e construção civil, entre 90% e 95% na coleta de lixo e transporte, 68% no comércio e 55% na comunicação. Cinquenta e dois por centro dos trabalhadores do governo, 56% em serviços de saúde e sociais, 62% nas regiões autônomas, e 75% na Educação e os municípios. A adesão entre os trabalhadores dos transportes foi muito significativa também.

Em Portugal, os setores de serviços públicos e de transporte aderiram massivamente à paralisação. Cem por cento dos motoristas de ônibus participaram da paralisação e 52% dos voos da companhia aérea TAP foram cancelados.

Na Itália, o maior sindicato do país orientou que os serviços fossem interrompidos durante várias horas nesta quarta-feira. Trens e balsas pararam de funcionar durante quatro horas também em apoio à greve geral.

Em Turim, Milão, Roma e Veneza ocorreram marchas de estudantes e trabalhadores.

Os trabalhadores de toda a Europa são vítimas de uma crise econômica e social, causada por políticas de arrocho da União Europeia, FMI (Fundo Monetário Internacional) e governos que só atendem aos interesses de empresários e banqueiros.

Essa foi a maior manifestação unitária realizada pelos trabalhadores europeus contra as políticas de austeridade, que têm agravado a recessão e o desemprego, desde o início da crise em 2008.

Em Portugal e na Grécia, a recessão econômica se aprofundou no terceiro trimestre, os dois países receberam ajuda de fundos europeus e estão submetidos a rigorosos programas de austeridade que empurra para os trabalhadores a conta desta crise.

O desemprego em Portugal saltou para 15%, um recorde, enquanto na Espanha um em cada quatro trabalhadores está sem emprego. A produção econômica da Grécia encolheu mais de 7% no terceiro trimestre.

É contra toda essa recessão, provocada pelo capital, que os trabalhares estão nas ruas.

O ato foi convocado pela Confederação Europeia de Sindicatos e contou também com o apoio do Conselho Geral da Confederação Sindical Internacional.

Fonte: CSP-Conlutas

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