Como o que faço hoje se enraíza na minha história de vida? (1) Hoje pensava nisto, enquanto ia caminhar à praia. Em seguida, comecei a conectar alguns atos, o próprio ato de caminhar, com fatos do meu passado. Respirar, olhar para as pessoas, para o céu, as nuvens. Tudo se conectava com meu passado. Caminhar, em particular, tem uma conexão muito forte com a minha vida.
Peguei pelo calçadão, e esta pergunta fora se tornando uma afirmativa: como o que faço hoje se conecta com a minha história de vida! O que faço, o que escrevo, o que penso, o que sinto, as pessoas com quem interajo, estão fortemente conectados com meu passado. Em particular, pensava naquele momento, com coisas que quis e que fiz emquanto estudante de sociologia em Mendoza, Argentina, nos anos 1970 a 1973.
O que hoje faço como terapeuta comunitário, como escritor, como sociólogo, como pessoa, tem tudo a ver não somente com esses sonhos juvenis, de uma sociologia a serviço da libertação, como, ainda mais, a minha própria vida, a totalidade do que sou, é um encaixe perfeito com toda a minha trajetória vital.
Na hora em que senti isto, veio uma alegria profunda, uma tranquilidade e paz. Uma sensação de unidade. Me dei conta, então, que a pergunta pela conexão dos atos com a história de vida, não é apenas uma pergunta: ela tem a força e o poder de uma afirmação.
(1) Pergunta feita na vivência “A arte de cuidar”, criada por Adalberto Barreto.

Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ-Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
Olá Senhor Rolando,
Também tenho pensado sobre os relacionamentos que foram construindo a minha vida. Eu acredito que nada é por acaso, a forma como construimos conhecimento, os cursos que fazemos…Eu não estou num momento muito bom e o que mais gostaria era poder ficar neste meio de terapia comunitária, ajudando e aprendendendo com pessoas que fazem a diferença e deste modo me fortalecendo para levar a terapia comunitária mais e mais adiante, acredito que ela possibilita um mundo mais saudável. Um abraço