Papa Francisco: A atração de Jesus

Mensagem do Papa Francisco – Ângelus – 08-01-2016

Caros irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje, festa do Batismo de Jesus, o Evangelho nos apresenta a cena que se passou perto do rio Jordão: em meio à multidão de penitentes que marcham em direção a João Batista, para recereberem o Batismo, também se encontra Jesus. Estava na fila. João queria impedi-lo, dizendo: “Sou eu quem precisa ser batizado por Ti.” O Batista estava, de fato, consciente da grande distância entre ele e Jesus. Mas, Jesus veio justamente para superar a distância entre o homem e Deus. Se Ele é tudo da parte de Deus, também é tudo da parte do homem, e assim Ele une o que estava dividido, razão por que pede a João que O batize, para que se cumpra toda a justiça, isto é, para que se realize o desígnio do Pai, que passa pela via da obediência e da solidariedade com o homem frágil e pecador, pela via da humildade e da plena proximidade de Deus com os Seus filhos. Porque Deus está muito próximo de nós, muito próximo!

No momento em que, uma vez batizado por João, Jesus saiu das águas do rio Jordão, a voz de Deus Pai se faz ouvir, do alto: “Este é Meu Filho amado, no qual pus toda a minha complacência” E nesta mesma hora, o Espírito Santo, em forma de pomba, pousou sobre Jesus, que publicamente dá encaminhamento à Sua missão de salvação. Missão caracterizada por um estilo – o estilo do servo humilde e manso, munido apenas da força da verdade, como profetizara Isaías: “Não gritará, não levantará a voz. Não quebrará o caniço inclinado, não apagará o pavio que ainda fumega; proclamará o direito com a verdade. Servo humilde e manso.

Eis o estilo de Jesus, bem como o estilo dos discípulos de Cristo: anunciar o Evangelho com mansidão e ternura, sem gritar, sem agredir ninguém, mas com mansidão e firmeza, sem arrogância nem imposição. A verdadeira missão nunca é proselitismo, mas atração a Cristo. Mas como? Como é que se faz esta atração a Cristo? Com o próprio testemunho, a partir da forte união com Ele na oração, na adoração, na caridade concreta, que é serviço a Jesus presente no menor dos irmãos. Na imitação de Jesus, pastor bom e misericordioso, e animados por Sua graça, somos chamados a fazer de nossa vida um alegre testemunho, que ilumina o caminho que traz esperança e amor.

Esta festa nos faz descobrir o dom e a beleza de sermos um povo de batizados, isto é, de pecadores – todos o somos -, de pecadores salvos pela graça de Cristo, realmente inseridos, por obra do Espírito Santo, na relação filial de Jesus com o Pai, acolhidos no seio da Mãe Igreja, tornados capazes de uma fraternidade que não conhece limites nem barreiras.

Que a Virgem Maria ajude a todos nós cristãos a conservarmos uma consciência sempre viva e reconhecedora do nosso Batismo, e a percorrermos com fidelidade o caminho inaugurado por este Sacramento do nosso renascimento, e sempre com humildade, mansidão e firmeza.

https://www.youtube.com/watch?v=6OzWvmAXB48
(Do minuto 0:26 ao minuto 5:45)

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