Opção pela vida

Como se faz um país?

Como se desfaz um país?

Tivemos a oportunidade de ver como o Brasil foi um país para todas e todos, durante os governos de Lula, do PT.

Como se desfaz um país, estamos a saber desde pelo menos 2016, 2018. Um golpe de estado, um regime autoritário cuja opção é a morte.

É disto que vamos tratar. A morte não é uma opção, é um acontecimento, uma ocorrência, algo que sucede por si mesmo.

Quando uma pessoa, um país, ou um desgoverno optam pela morte, estão a fazer uma opção burra, ignorante, absurda. Estão a optar pelo nada.

Isso é que é o fascismo. Fascismo não é apenas a opção por regimes ilegais e inconstitucionais como o atualmente no poder no Brasil.

É também a opção pela morte. A opção pela morte é a opção pelo ódio, pelo medo, pela discriminação, pela exploração, pela misoginia, pela homofobia, pelo racismo.

Temos que tomar cuidado porque no combate à ideologia do ódio, facilmente podemos cair na armadilha de odiar a quem odeia.

Quem odeia não deve ser odiado ou odiada. Deve ser apenas escutado ou escutada. Saber por que é que essa pessoa adere a opções que lhe são avessas.

É disto que trata a Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire. Por que os pobres e os trabalhadores e trabalhadoras optam pelo que lhes prejudica?

Por que escolhem ser oprimidos ou oprimidas? Porque não têm consciência para si. Não sabem quem são, ainda. Daí a educação.

A necessidade de saber qual é a nossa classe social, quais os interesses e valores que nos constituem.

Quando isto não acontece, agimos de maneira descosturada. Vamos para onde nos mandam.

Para evitar que nos sigam mandando morrer, podemos abrir os olhos. Como é que se abre os olhos e se vê a realidade?

Estudando, lendo, pesquisando, se informando de fontes confiáveis. Para isto esta revista. Consciência é isto.

Uma possibilidade de abrir um espaço para o reconhecimento de si. Quem sou? Que quero? Para onde quero ir? O que é o que dá sentido à minha vida?

O que é que não posso, não quero, não devo e nem vou aceitar de jeito nenhum?

Isto é consciência.

Morrer vamos todos e todas morrer um dia. A opção humana sadia é a de protelar o mais possível esse momento, e que ele aconteça por si.

Não precipitar a morte. Não se matar antes da hora. Não morrer antecipadamente.

A opção burra é a de ir ao encontro da morte. Procurar a morte é procurar o nada. Isto é o que hoje parece que muita gente não percebe.

Ficar nessa vidinha de fazer de conta das “redes sociais”, dando cliques e likes e achando que isso vale alguma coisa, é optar pelo nada.

A vida é, ao contrário, trabalho, esforço, luta. É prazer também, mas não o prazer vazio do sem-sentido.

É o prazer profundo e alegre de ser quem somos.

Num ano eleitoral, não se deixe abestalhar pela imbecilidade circundante. Venha para si. Se escute. Converse com a sua história de vida.

Veja quais são as suas raízes. Opte pela vida, que nos devolve multiplicados cada pequeno esforço que façamos em favor dela.

Basta de mortes. Basta de fome e desemprego. Basta de mentira e força bruta. Opte pela vida!

 

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