O Movimento Reaja ou será Morta, Reaja ou será Morto está denunciando a execução do ativista Jackson Antonio Souza de Carvalho, de 15 anos, morto em Itacaré, sul da Bahia, a tiros de espingarda 12. O garoto teria sido enterrado “de ponta-cabeça” num cemitério clandestino – ponto de desova de grupos de extermínio da região.
Segundo um dos líderes do Reaja, o poeta e ativista Hamilton Borges Walê (foto acima), no local já foram lançados os corpos de mais de 20 jovens.
Jackson fazia parte de uma articulação política contra o racismo, que mobilizou os seus militantes para encontrar e reconhecer seu corpo.
“Essa execução soma-se a mais de milhares que estamos denunciando em todo o território nacional e na Bahia, em especial. Mais uma vez o programa de segurança pública do Estado denominado Pacto pela Vida é incapaz de garantir nosso bem mais importante: a vida”, afirma Walê.
Na nota os ativistas do Movimento Reaja exigem um posicionamento dos Secretários de Segurança Pública, Comunicação e Promoção da Igualdade Racial do Estado.
Veja a nota divulgada sob o título Informe Emergencial:
INFORME EMERGENCIAL
A Campanha Reaja, no calor dos acontecimentos nacionais que sacodem o país e exigem de nós um posicionamento explícito no que tange a luta antifascista, contra o racismo, o capitalismo e o totalitarismo – o ódio, o desprezo contra a população que tem resultado em situações de morte no cotidiano de nossas comunidades pobres e negras apartadas racialmente e situações de violências mediadas por instituições que deveriam servir a princípios de cidadania e direitos – vem mais uma vez seguir sua missão histórica: não dormir na luta!
Temos o desprazer e a dor profunda que nos acompanha desde maio de 2005, quando pela primeira vez tomamos as ruas contra a brutalidade policial, os grupos paramilitares, os grupos de extermínio, contra as execuções sumárias e extrajudiciais.
Hoje, recebemos as triste Nota de Falecimento de Jackson Antônio Souza de Carvalho, de 15 anos, executado em Itacaré, Sul da Bahia, com tiros de espingarda calibre 12 e enterrado de ponta-cabeça, num cemitério clandestino – ponto de desova de grupos de extermínio daquela região que em 08 meses, segundo dados dos militantes daquela região, já morreram mais de 20 jovens.
Como sempre, a polícia em seus métodos de investigação etiqueta imediatamente a vítima como traficante em suposta disputa. Ocorre que Jackson não tinha nem tempo para vender pipoca. Cursava o ensino médio, fazia um curso de guia turístico e trabalhava como barbeiro.
Jackson fazia parte de uma poderosa articulação política contra o racismo, pelo meio ambiente e pela cultura que é a Casa de Teatro de Bonecos de Itacaré. Seu pai, um militante social na luta contra o racismo, teve que organizar uma busca para encontrar e reconhecer o corpo do menino, pois nem isso a polícia ofereceu.
Essa execução soma-se a mais de milhares que estamos denunciado em todo território nacional e na Bahia em especial. Mais uma vez o programa de segurança pública do Estado denominado Pacto pela Vida é incapaz de garantir nosso bem mais importante: a vida. Diante disto:
· Exigimos imediato pronunciamento do Secretário de Segurança Pública, do Secretário de Comunicação e Secretário de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia.
· Proteção à família e aos membros da Casa de Teatro de Bonecos
· Um delegado especial para acompanhar o casoDas organizações coirmãs
Que façam o máximo de barulho nacional e internacional sobre a inoperância do Estado baiano frente a liberdade de operar e agir dos grupos de extermínio e policiais baianos para matar, agredir, achacar e humilhar a população negra baiana.
Fica nosso Luto e luta
JACKSON ANTÔNIO SOUZA DE CARVALHO
PRESENTE!
Reaja ou será Morta, Reaja ou Será Morto