Ministério Público de SP lança campanha de apoio a projeto que criminaliza feminicídio

Brasil é o sétimo país no mundo que mais assassina mulheres: foram 43,7 mil apenas na última década. Apesar disso, homicídio de mulheres no Brasil ainda não recebe tratamento jurídico diferenciado.

Marcha das Vadias em São Paulo, em maio de 2013. Foto: Marcelo Camargo/Abr
Marcha das Vadias em São Paulo, em maio de 2013. Foto: Marcelo Camargo/Abr

O Brasil é o sétimo país no mundo que mais assassina mulheres: foram 43,7 mil apenas na última década. Apesar dessa realidade alarmante, o homicídio de mulheres no Brasil ainda não recebe tratamento jurídico diferenciado.
É por isso que, no próximo dia 7 de agosto, data em que a Lei Maria da Penha completa 8 anos, o Ministério Público do Estado de São Paulo lançará a Campanha “Senado: Inclua o Feminicídio no Código Penal”.
O evento será realizado às 9h30, no Plenário 10 do Fórum Criminal da Barra Funda, e contará com o lançamento do abaixo-assinado eletrônico #LeidoFeminicídio, pela Change.org – maior plataforma de petições eletrônicas do mundo.
O ato, idealizado pelas Promotoras e Promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (GEVID) e dos Tribunais do Júri da Capital, pretende chamar profissionais, juristas, movimentos sociais e toda a sociedade civil, para o diálogo e a discussão sobre o Projeto de Lei (PL) nº 292/2013 (e respectiva Emenda nº 1 – CCJ) que tramita no Senado, visando à sua aprovação.
No PL, o feminicídio é definido como o assassinato de uma mulher por razões de gênero, sendo caracterizado em quatro circunstâncias: quando há violência doméstica e familiar; violência sexual; mutilação ou desfiguração da vítima; emprego de tortura ou qualquer meio cruel ou degradante – antes ou depois do assassinato.
O Brasil vive uma grave e preocupante crescente: os quase 2 mil assassinatos de mulheres anuais registrados durante a década de 80 deram lugar aos expressivos 4.465 casos confirmados em 2010, como mostra o “Mapa da Violência 2012 – Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil”.
E quem são essas mulheres? Jovens, com idade entre 15 e 29 anos, assassinadas dentro de suas próprias casas (41% dos casos), geralmente por seus parceiros ou ex-parceiros.
Na América Latina, desde 2007, 12 países (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Panamá e Peru) já adotaram leis específicas para o feminicídio ou modificaram as leis vigentes para incorporar essa figura jurídica.
No Brasil, se o Projeto de Lei nº 292/2013 for aprovado, o homicídio de mulheres passará a ser considerado homicídio qualificado e, consequentemente, haverá o aumento da pena para quem o pratica: de 12 a 30 anos de prisão. Hoje, a pena aplicável é de 6 a 20 anos de reclusão.
Além disso, a inclusão do feminicídio no código penal brasileiro garantirá maior visibilidade a este tipo de crime, ampliando as possibilidades de estudá-lo em profundidade e de enfrentá-lo, inclusive por meio de políticas públicas específicas.
Lançamento da campanha “Senado: Inclua o Feminicídio no Código Penal”
Data: 7 de agosto de 2014
Horário: 9h30
Local: Plenário 10 do Fórum Criminal da Barra Funda – Avenida Abraão Ribeiro, 313
Confirme pelo Facebook: www.facebook.com/events/271552229699537/
(Com informações do Ministério Público de SP e da ONU Mulheres)

Deixe uma resposta