Um partido “operário” critica a prisão de Eike, afirmando ser esta fruto de “perseguição dos setores mais pró-imperialistas aos setores mais ligados à burguesia nacional”.
Um partido “comunista” vai votar em parlamentares pró-golpe tanto na Câmara quanto no Senado porque “a prática revolucionária ensina que êxitos, mesmo que modestos, em duras circunstâncias que emergem de grandes derrotas, não podem ser menosprezados”.
Com uma “esquerda” dessa, quem precisa de direita?
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Acho perigoso colocar o Eike com presos comuns. Vai que viram tudo empreendedor?!
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Aliás, essa música muito boa é do El Efecto (Rio de Janeiro/Brasil) e é de 2012. Ficou atual de novo, então vai de novo:
“-Vou ganhar muito dinheiro
Com um novo agronegócio
Emprego teu bando inteiro
Ainda te chamo pra ser sócio!”
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Denzel Washington faz ótima reflexão sobre o fluxo de informação da mídia:
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O discurso reacionário, xenófobo e racista de Donald Trump retratado neste trecho do documentário “A 13ª Emenda”, de Ava DuVernay (2016).
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Um recado direto à hipocrisia geral:
Foi Carl G. Jung que disse certa vez que houve um longo momento até que a humanidade alcançasse o estado civilizado, em 4.000 a.C., na invenção da escrita. E acrescentou: “Essa evolução está longe da conclusão, pois grandes áreas da mente humana ainda estão mergulhadas em trevas”.
Aí olhamos para Trump e seus apoiadores.
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No dia 30 de janeiro de 1933, há 84 anos, Hitler formava um novo governo e inaugurava o terceiro Reich.
“(…) Hitler faz rondar o “espectro da revolução bolchevique”, mas como esta tarda a eclodir, decide inventá-la. Em 24 de fevereiro, uma batida na sede do Partido Comunista permite a Goering anunciar a apreensão de documentos prenunciando a revolução. Esses documentos jamais foram publicados.
Como toda essa agitação não parecia bastar para acumular a maioria dos sufrágios aos nazistas, decidem pôr fogo no Reichstag.” Mais aqui.
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Máximas das mínimas:
“Embora nunca tenha havido tempo algum em que homens particulares estivessem em condições de guerrear um ao outro, o fato é que em todos os tempos reis e pessoas dotadas de autoridade soberana, devido a sua independência, estão em ciúme continuo e em estado e postura de gladiadores, tendo suas armas apontadas, e seus olhos fixados um no outro (…)” (Hobbes, no Leviatã, cap.XIII)
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A manufatura do consenso na mídia, denunciado com precisão por Noam Chomsky, foi detalhado pela primeira vez por Walter Lippmann, um conservador considerado um dos criadores das relações públicas enquanto campo.
Esse trecho, que considero atual, é seu, publicado em 1922 no livro “Opinião pública”. No Brasil, saiu recentemente pela Vozes. Vale a leitura.
Jornalista, 41, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.