Há uma parte minha que passa de um dia para o outro
É o meu rio interno
A agua que passa por dentro de mim e transborda
É o que me une a mim mesmo e ao meu ambiente em volta.
Equivocadamente julguei durante algum tempo
Que fosse uma debilidade ou defeito
Ao contrário, é a minha fortaleza
É como Deus está em mim.
É o que me trouxe pelas ruas e pelas beiras
Os bordes por onde ando
As laterais dos caminhos por onde andei
Não sei ao certo o que foi que me trouxe a estas águas
E sei, sim, mas não me associo nem associo o meu rio interno
A determinadas circunstâncias doloridas.
Seria uma glorificação da dor que recuso
Talvez seja mais um florescimento
Um vir a ser, um nascer contínuo
Que me arremessa de agora em agora para um agora
Sem tempo, eterno e indiviso
Desde donde avisto o ser que sou e o mundo em que vivo
Em que poso viver.
O silêncio não é algo que eu deva evitar
É aí onde me escuto e escuto.

Escritor e sociólogo. Terapeuta Comunitário. Professor aposentado da UFPB. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/
Gostei … sempre me identifico com seus escritos.
O espaço está aberto para novos autores e autoras, Ricardo! Junte-se a nós!
Obrigado pelo seu apreço, Ricardo! De fato, a resonância deste meu poema, tem grande significação para mim.