Grito dos excluídos ocupa ruas em todo o país por liberdade e direitos!

fotoNeste ano, o 20º Grito dos Excluídos trará como tema as mobilizações que ocorreram com força no ano passado e início deste ano de Copa no país. O evento, que ocorre em todo feriado de 7 de Setembro, desta vez tem como lema “Ocupar as ruas e praças por liberdades e direitos,” e é organizado por movimentos sociais e pastorais católicas, acompanhando pautas da Campanha da Fraternidade 2014, “Fraternidade e Tráfico Humano”.
Na capital paulista, o ato acontecerá às 9h, e será iniciado com uma missa na Catedral da Sé, seguida depois por uma caminhada até o Parque da Independência, no Ipiranga. Ainda que a organização nacional não tenha dados de quantas cidades participarão, a estimativa é de que o evento será celebrado em mais de mil cidades de todo o país, exceto Acre e Tocantins, até o momento.
Entre os temas abordados estão a repressão policial, a criminalização dos movimentos sociais e a violência de Estado, temas constantes durante as mobilizações de 2013 e 2014, assim como o direito à cidade e violações de direitos. O Grito dos Excluídos tem por objetivo tornar público a voz e o rosto dos grupos excluídos, “vítimas do desemprego, da miséria e da fome”, e entoa a disposição de luta de classes contra as políticas neoliberais e os ataques do Estado contra o povo.
Já se tornou uma tradição a CSP-Conlutas e suas entidades e movimentos filiados se somarem a essa mobilização, participando das atividades organizadas nas diversas cidades onde ocorrem os atos. Neste ano não será diferente.
Confira as pautas que serão abordadas nos atos pelo país:
Juventude e a Exclusão denuncia a realidade de profunda exclusão social, sem nenhum acesso, ou acesso precário, aos bens culturais, sociais e condições para uma vida digna. Além do que, muitas vezes, são vítimas da prostituição, do assédio do tráfico de drogas ou vítimas do uso abusivo dessas drogas, o que ocasiona as rupturas dos vínculos comunitários e a rua surge como saída para a sobrevivência.
Comunicação, queremos denunciar os meios de comunicação de massa que vêm, ao longo da história, utilizando as mídias como instrumento de poder, alienação e manipulação da juventude e da sociedade. As mídias alternativas apresentam-se como uma forma de democratizar as informações, articular, mobilizar e impulsionar a organização coletiva em prol de objetivos comuns. Queremos anunciar que outra forma de comunicação é possível.
Políticas Públicas. O Grito desafia toda a sociedade a debater sobre políticas públicas para a juventude com os movimentos sociais e poder público, para que de fato as políticas públicas sejam implementadas e monitoradas, visando uma sociedade mais justa e igualitária.
Extermínio da Juventude: A juventude está sofrendo com a violência e o extermínio no Brasil. Os/as jovens de 15 a 24 anos são as principais vítimas de morte, estendendo-se, de forma significativa, até os 29 anos de idade. O Grito dos/as Excluídos/as clama por paz e justiça, contra qualquer tipo de extermínio, seja físico ou mental, que atinja nossa juventude e convida a todos/as a somar-se às lutas que já vêm acontecendo.
– Juventude e Projeto Popular para o Brasil. Os jovens do campo, das periferias e favelas, das escolas e universidades, são constantemente disputados pelo projeto capitalista. É em contraposição a este projeto que os jovens devem se lançar, no desafio da construção do Projeto Popular.
Povos Indígenas/Tradicionais. O modelo de desenvolvimento desenfreado vem recheado de imposições na execução de seus projetos. No Brasil, o avanço da ocupação amazônica coloca em risco a delimitação de terras indígenas e quilombolas, pois existem interesses de indústrias de extrativismo e do próprio Estado com as novas políticas energéticas. Ainda, a promoção de grandes eventos internacionais vem servindo de justificativa para promover uma série de violações contra a população, como desapropriações de comunidades tradicionais – quilombolas e indígenas – projetos que tendem a somente enriquecer empreiteiras, conglomerados de comunicação e outras grandes corporações. Queremos mudanças profundas! Como a demarcação de terra e autonomia desses povos historicamente vítimas de exclusão, extermínio e escravidão. Para isso destacamos o protagonismo assumido pelos povos indígenas, que lutam pelo reconhecimento de seus territórios e denunciam as agressões e mortes que vêm sofrendo. Esse também é nosso grito!
Violência contra a Mulher. O número de mulheres violentadas cresce a cada ano: a cada 15 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil. Isso se dá pela grande desigualdade entre homens e mulheres. No mundo do trabalho, as mulheres que estão nos espaços de poder e decisão ainda são poucas, sem falar do salário, que embora exerçam a mesma função do homem, continua sendo 28% inferior ao deles. Grande parte das mulheres, especificamente 70% são ou já foram violentadas por homens e muitas vezes esta agressão parte do próprio companheiro. Como desafio, temos que nos apropriar da Lei Maria da Penha. O Grito impulsiona a discussão do papel do homem e da mulher, para que possamos combater este mal pela raiz.
Confira o hino desta edição do Grito dos Excluídos:
Hino do Grito dos Excluídos 2014 (Jadir Bonacina)
Vamos ocupar as ruas e praças
Por liberdade e direitos
Garantir direitos e não faltar o pão
O povo não abre mão
Mas é preciso ir às ruas
Para ter solução
Ir as ruas tem que ter objetivo
Se não é um perigo
Mas o povo não é bobo
Pois lutar se faz preciso
Direitos há uma vida melhor é possível
A toda a população
Mas melhoria tem que ser para todos
Se não é enganação
Dia 7 de setembro tem grito dos excluídos
Venha participar
Vamos para as ruas e praças
E vamos ocupar!
Fonte: CSP-Conlutas
http://cspconlutas.org.br/2014/09/20a-edicao-do-grito-dos-excluidos-tera-como-tema-as-manifestacoes-de-rua-por-liberdade-e-direitos-ato-deve-acontecer-em-mais-de-mil-cidades-pelo-pais/

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