Grande Mídia: cercados por inimigos de um lado e do outro

Imagem: comciencia.br
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“As plataformas digitais são coniventes com a campanha contra a imprensa orquestrada por grupos de extrema direita nas redes sociais e deveriam ser responsabilizadas por isso”, diz editorial do Globo, de 19/03/2023.

O texto utiliza dados da pesquisa “Ataques à imprensa”, do laboratório NetLab, da UFRJ. Apresenta números sobre o poder de fogo das plataformas YouTube, Facebook, WhatsApp, Telegram e Tik Tok. Por fim, revela quais seriam as narrativas de ataque à imprensa identificadas pelo levantamento:
1) a “mídia” representa o “establishment” e manipula o “povo”; 2) os grupos de extrema direita defendem a “liberdade de expressão” e revelam a “verdade”; 3) a imprensa profissional é “autoritária” e quer calar a extrema direita; 4) ela defende imoralidades contra a família; 5) ela conspira com os institutos de pesquisa; 6) ela dá muito espaço às mulheres.

Com alguns ajustes, nós, da esquerda, poderíamos até assinar embaixo dos pontos 1 e 5 desse diagnóstico. Os outros são coisa de lunáticos.

Mas o que o texto mostra, mesmo, é como perdemos espaço nessa arena tão fundamental para a disputa de hegemonia com as classes dominantes. Estamos reduzidos a assistir a uma guerra entre antigos e novíssimos monopólios midiáticos. Conflito que pode ter como provável resultado a derrota das forças populares. Principalmente, se resolvermos apoiar um dos lados.

E é assim que parecem estar se comportando o governo Lula, o PT e a esquerda em geral. Continuamos menosprezando a necessidade de uma rede própria de comunicação popular. Um erro histórico, renovado periódica e frequentemente. Nossos inimigos, de um lado e do outro, agradecem.

 


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