Gastos militares: Brasil é o 12º do mundo

Celso Lungaretti

Um instituto argentino de pesquisas, o Centro de Estudos Nova Maioria (CENM), acaba de apurar que o Brasil é o 12º país do mundo que mais investe na área de defesa, segundo os dados consolidados de 2007.

Os gastos militares do Brasil totalizaram US$ 20,7 bilhões, mais da metade do total despendido pelos 12 países-membros da União dos Países da América do Sul, somados, no mesmo período: quase US$ 40 bilhões.

Os seguintes no ranking sulamericano são o Chile (US$ 5,3 bilhões), a Colômbia (US$ 4,5 bilhões) e a Venezuela (US$ 2,5 bilhões) — sendo que os dados preliminares de 2008 apontam para uma inversão de posições entre Colômbia (US$ 6,7 bilhões) e Chile (US$ 6,4 bilhões).

Em 2007, os gastos militares mundiais ficaram na casa de US$ 1,3 trilhão, com os EUA respondendo por 41% desse total (US$ 543,3 bilhões). O segundo lugar pertence à Grã-Bretanha, num patamar muitíssimo inferior: US$ 63,2 bilhões.

O diretor do CENM Rosendo Fraga assim avaliou nossos gastos militares: “O Brasil é o único país da América Latina que tem vocação para ator global. Seu projeto de longo prazo não é ser um líder regional, mas uma potência global, como são os outros países que formam o grupo dos Bric [Brasil, Rússia, Índia e China]”.

Então, seria com a pretensão de se tornar uma potência global que o Brasil estaria desenvolvendo projetos ambiciosos como o submarino nuclear e o recente acordo militar com a França.

E, segundo os dados preliminares de 2008, o Brasil teria elevado ainda mais seus investimentos militares, para US$ 27,5 bilhões.

Cabe aqui uma constatação: a choradeira militar de que os governos democráticos estariam sucateando a área de defesa absolutamente não procede. Os gastos militares brasileiros são dos mais elevados para um país que não guerreia com seus vizinhos desde o século retrasado.

E uma dúvida: se seria esta uma aplicação justificável para os parcos recursos brasileiros ou o País melhor faria priorizando os investimentos sociais em vez de alimentar os delírios megalomaníacos que habitam as mentes militares desde a ditadura de 1964/85 — aquela que pretendia transformar o Brasil numa grande potência.

Só mudou o rótulo, para potência global. E aos civis continuam faltando coragem para negarem aos militares brinquedinhos caros como o submarino nuclear, elefante branco que ainda desfalcará os cofres públicos em, pelo menos, US$ 1 bilhão.

Fonte: BBC Brasil ( http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090317_brasil_defesa_mc_cq.shtml )

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