Elegia minguante

Sob a lua côncava e minguante
Um juízo aluado em lua cheia
Que espera do alto seu calmante
Uma lua aplicada em sua veia
Um clarão o invade alma adentro
Irradia uma luz pura, vestal
Que mergulha no seio do epicentro
E fenece na glande pineal
Qual fagulha, uma chispa, uma centelha
Que se solta da brasa e logo esfria
E se esvai feito chuva pela telha
Tudo rui, se desfaz na ventania
Tão fugaz qual ruflar de uma abelha
Tão real quanto uma alegoria

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