Conta-se, em um lugar não muito distante, que ali existiam duas possibilidades: uma que ia ter, outra que não ia ter.
Não ia ter, diziam alguns, porque não era justo ter. Porque tinha outras coisas mais para ter, que não tínhamos. E que ter, afinal, não era essencial, ou pelo menos não mais essencial do que ser.
Ia ter sim, respondiam outros, porque ter era bom e, além disso, entre ser ou não ser, ter já era, vá lá, alguma coisa.
Entre os que, afinal, tinham, e já tinham há muito tempo, ficava a dúvida: mas o que seria não ter?
Entre os que nunca tiveram, restava a questão: ter deve ser bom, mas algum dia teremos?
Se tem como, sonharam, então que assim seja!
Jornalista, 41, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.