Construção coletiva

“Juntos(as) podemos resolver todos nossos problemas”.

A frase estava escrita na louça na sala da Associação de Moradores do Bairro dos Ambulantes, em Mangabeira.

Eu estava ali em busca de uma saída para a depressão em que me encontrava. Anos de distintas terapias, e nada. Não saía do lugar.

Cada vez mais estava afundando dentro de uma desesperança. Falei do que me levava à roda de Terapia Comunitária Integrativa.

Saí dali com uma sensação de alívio. Senti que tinha um rumo. Uma possibilidade. Uma perspectiva. Passaram-se quase 20 anos desse episódio.

Tornei-me terapeuta comunitário e sigo voltando para a roda, em busca de esperança. Confiança. Saber que se pode. Preparo agora um livro sobre a mirada poética.

O que vejo de mim e do mundo quando vejo limpamente. Sem condenação nem preconceitos. Sem julgar. Não se trata de que não julguemos ou não condenemos. Isto é necessário.

O contrário seria pretender que inexiste a ética. Nada disso. Mas no dia a dia posso ser eu mesmo. Não preciso viver à defensiva. Preso dentro de mim mesmo. Como se tudo fosse perigoso. Não é.

Posso ser eu mesmo e viver confiante. Há um lugar para mim que refaço quando me reintegro no agir comunitário. Aqui a fé. Aqui a alegria. Aqui a esperança.

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