Imagine o fim do diploma do médico. Você se consultaria com um não-médico? Claro que não. Só se morasse na Amazônia e precisasse parir. Aí iria recorrer a um não-médico (as parteiras).
No caso do jornalismo (e dos diplomas dos jornalistas), informação é um bem comum, público, não é restrito a um conjunto de especialistas. Os especialistas continuarão a ser importantes. Ninguém contrata alguém sem critérios de qualidade. Nem na Globo, nem na TV Brasil. É um tiro no pé, e se existe é porque a empresa está agindo de forma burra (e isso nunca vai ser crime).
Pegue o caso da CNT, por exemplo. Ele já comente uma contravenção em relação à lei, por vender programas inteiros em sua grade, assim como a Bandeirantes e outras tevês locais. E há jornais e revistas que deveriam (objetivamente) serem classificados como catálogo publicitário (a Revista VEJA já sofreu uma ação do MP nesse sentido). Isso já é “crime”. O que fazem as autoridades quanto a isso? Como evitar que liguemos no canal 9 e não apareça uma mão parada durante 40 minutos com jóias sendo oferecidas em 6 leves presentações de 200 reais?
O diploma ainda será muito importante. Quem perde são as faculdades de péssima qualidade, com os cursos de produção de diploma (e não de conhecimento).
Jornalista, 41, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.