Comentário de Cecília Olliveira:
Só hove vi que o que o G1 chamou de ‘paquera’ na notícia – ‘Polícia ouve testemunhas para apurar morte de jovem após paquera‘ – foi o cara metendo a mão na menina. Ela não gostou da abordagem e levou um tiro. G1 é bom em prestar desserviço, hein? Só faltou escrever lá “ela estava de saia curta e mereceu”…
É mole?
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QUANDO A JUSTIÇA TARDA, E FALHA. Na próxima terça-feira (28/2) vence o prazo do recurso que Lúcio Flávio Pinto, jornalista independente do Pará, poderia apresentar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) no processo por danos morais movido por um grande empresário acusado de grilagem de terras. Sem recursos o jornalista decidiu não recorrer mais.
Em seu Jornal Pessoal, o jornalista disse não ter mais recursos para para sustentar uma representação desse porte, bem como para arcar com a indenização que foi imputada a ele. ‘Eu teria ainda de me submeter outra vez a um tribunal no qual não tenho mais fé alguma’.
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ISRAEL, CONTRA A PAZ MAIS UMA VEZ. Israel dá mais uma demonstração de que não quer o diálogo, tampouco a paz.
Mais uma vez, na contramão de tudo o que tem sido negociado a nível internacional, contra qualquer recomendação internacional que não seja a sua e a dos EUA, o país dá prosseguimento aos assentamentos ilegais.
“O anúncio de hoje [22/2] feito por Israel para aprovar um grande número de novas unidades no assentamento de Shilo, no interior do território ocupado palestino, e retroativamente legitimar outras centenas em um posto próximo é deplorável e nos move para longe do objetivo de uma solução de dois Estados”, afirmou o Coordenador Especial para o Processo de Paz no Oriente Médio, Robert Serry, em um comunicado de imprensa.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, visitou a região no início do mês e também criticou o avanço de Israel sobre a Palestina. “A questão dos assentamentos, que são ilegais e ferem a perspectiva de uma solução negociada, claramente possui uma dimensão econômica. Os assentamentos e sua infraestrutura restrigem severamente o acesso à terra e aos recursos naturais pelo povo palestino”, disse Ban.
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INDEFINIÇÃO EM GAZA. Hamas e Fatah mantiveram esta semana um impasse político que já dura cinco anos.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o líder do Hamas, Khaled Meshaal, adiaram nesta quinta-feira (23/2) as conversações sobre a formação de um governo unificado, afirmou uma autoridade do Fatah, em mais um atraso das negociações.
O oficial citado como fonte pela agência de notícias AFP disse que as negociações foram adiadas “porque o Hamas continua a impedir que a comissão eleitoral registre eleitores em Gaza”.
Ele acrescentou que o Hamas, que está dividido internamente sobre se concorda ou não com a unidade do governo com o Fatah, ainda “não informou [a Abbas] sobre sua aprovação formal para acabar com disputas internas sobre a formação do governo”.
Ainda não está claro quando o novo governo será anunciado e quando as eleições serão realizadas.
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ITÁLIA CONDENADA POR POLÍTICA ANTIREFUGIADOS. A Corte Europeia de Direitos Humanos decidiu nesta quinta-feira (23/02) que a Itália violou a Convenção Europeia de Direitos Humanos ao interceptar e retornar, em 2009, um grupo de cidadãos somalis e eritreus à Líbia sem examinar se isso implicaria risco a suas vidas.
Durante pronunciamento na corte, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) sublinhou a obrigação dos Estados de não retornar forçosamente as pessoas a países onde enfrentam perseguição e sérios riscos. No direito internacional, essa prática é conhecida como “princípio de não devolução”.
A agência ainda defendeu que o julgamento do caso, conhecido como “Hirsi Jamaa e Outros X Itália”, representa um ponto de virada em relação às responsabilidades dos Estados e à administração dos fluxos migratórios.
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CAMPANHA CONTRA MINAS ANTIPESSOAIS. A Colômbia tem a segunda maior taxa de vítimas de mina antipessoal no mundo. São mais de 9 mil pessoas, sendo cerca de 3.400 civis e 870 crianças. A Colômbia deu um exemplo ao mundo enfrentando a questão.
Um documentário relata o drama das minas antipessoais e suas vítimas:
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SATCHITA, música do projeto ‘Playing for change’.
Jornalista, 41, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.