
Embora tenha feito seu nome como atriz, Emma Watson também tem tido um impacto considerável neste ano como ativista e agente de mudança, com sua atuação feminista nas Nações Unidas desde 2014.
Defensora de questões que vão da luta contra a violência contra a mulher à sustentabilidade, ela tem participado de diversos movimentos relacionados a estas temáticas – incluindo o seu forte envolvimento com o movimento “Time’s Up”, uma das mais expressivas ações contra o assédio sexual no mundo do cinema.
Aos 28 anos, ela também presidiu recentemente uma cúpula filantrópica histórica em Londres que reuniu 5 milhões de dólares em prol da igualdade de gênero e direitos das mulheres nos últimos 12 meses.
Em maio, Watson postou no Twitter uma mensagem de apoio às pessoas que votam no referendo sobre o aborto na Irlanda, definindo sua escolha como um “voto pelos direitos das mulheres [e pela] igualdade”.
A revista “Porter” convidou Watson para escrever uma carta em homenagem à dentista indiana de 31 anos Savita Halappanavar, cuja morte trágica – e evitável – após um aborto séptico em 2012 foi o catalisador do referendo histórico da Irlanda, no qual mais de 65% votaram para revogar a oitava emenda do país.
A lei de 1982 dá, ainda, ao feto não-nascido a mesma proteção que sua mãe, tornando quase impossível que as mulheres façam um aborto.
Um inquérito mostrou que houve 13 oportunidades para salvar a vida de Halappanavar durante os sete dias em que ela esteve sob supervisão médica, e que ela não teria morrido se tivesse sido autorizada a abortar o feto de 17 semanas de idade.
O governo irlandês espera introduzir uma nova legislação até o final do ano, que cubra abortos irrestritos por até 12 semanas, com exceções para gravidezes até 24 semanas, se a saúde da mulher estiver em risco. A nova legislação já foi apelidada de “lei de Savita”.
No Brasil, o aborto é a quarta causa de morte materna no Brasil. O código penal, que data de 1940, foi proposto com o objetivo de reduzir os abortos – e as estimativas são de que ocorram entre 500 mil a 1 milhão de abortos por ano no país.
A pesquisa nacional de aborto, a pesquisa mais confiável feita por amostragem em domicílios, estima que, até chegar aos 40 anos, uma a cada cinco brasileiras terá provocado pelo menos um aborto.
Acesse, inglês, a carta de Emma Watson no site da revista “Porter” clicando aqui.
Jornalista, 39, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis clicando aqui). Atualmente é estudante de Psicologia. Acesse o currículo lattes clicando aqui. Acesse também pelo Facebook (fb.com/gustavo.barreto.rio) e Twitter (@gustavobarreto_).