Por Isaac Bigio
LONDRES, 11/12/2004. A formação da nova União Sul-Americana gera atitudes vistas também na antiga USA (United States of America). Washington quer que as Américas se unam numa zona de livre comércio.
A América Latina reclama de que Washington pede a anulação das tarifas alfandegárias e leis que favoreçam as exportações e investimentos norte-americanos. Mas os EUA não eliminam o protecionismo às exportações e barreiras aos imigrantes latinos.
Bush vê com simpatia o esforço de Lula de “moderar” a Venezuela, a guerrilha colombiana e a esquerda mundial. Quer que a “nova USA” seja um degrau para a Alca.
Não quer, no entanto, um bloco econômico sólido, que lhe faça contrapeso no Sul. Seguirá promovendo relações comerciais bilaterais com os países da região. Defenderá o caminho colombiano (de vínculos estreitos com Washington) frente ao venezuelano.
Bush quer o globo unido sob sua hegemonia. A questão está em saber como China, Índia, Europa e América do Sul se mobilizarão por um mundo menos unipolar.
Jornalista, 40, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.