Tortura e homofobia no Exército Brasileiro: Para separar casal gay, General Ademar da Costa afirmou: ‘Que saudade dos velhos tempos’

Tortura e homofobia no Exército Brasileiro: Para separar casal gay, General Ademar da Costa afirmou: 'Que saudade dos velhos tempos'Sargento que assumiu relacionamento homossexual e chegou a ser preso afirmou em reportagem do SBT, exibida este mês, que foi torturado. Em entrevista exibida na quarta-feira (18/1), Laci Marinho de Araújo e o parceiro Fernando de Alcântara dizem que são vítimas de preconceito e homofobia no Exército e apresentam graves e contundentes provas.

Em uma gravação obtida com exclusividade pelo repórter investigativo Roberto Cabrini, o General Ademar da Costa Machado Filho, apontado como mentor da perseguição, diz ter “saudade dos velhos tempos”.

O General afirma: “A gente manda o sindicante na casa do ‘De Araújo’ e ele não abre a porta, não abre a porta. No velho Exército que você começou a tua vida, a gente dava uma porrada, abria e pegava à força. Que saudade dos velhos tempos que você metia o pé na porta, esse cara já taria fora do apartamento.”

O general do Exército Ademar da Costa Machado Filho durante a posse do cargo de comandante militar do Sudeste, em março de 2011. (Foto: Edson Lopes/R7)
O general do Exército Ademar da Costa Machado Filho durante a posse do cargo de comandante militar do Sudeste, em março de 2011. (Foto: Edson Lopes/R7)

Em março do ano passado, o General Ademar da Costa tomou posse como comandante militar do Sudeste. “Joga ele na Vila Militar do Rio de Janeiro. Vai morar na favela. Entendeu? Manda o marido dele pro Rio Grande do Sul”, afirmou em outro trecho.

Em 6 de junho de 2008, dois dias após a prisão em São Paulo, Laci descreve a tortura que sofreu, dentro de um carro oficial, no deslocamento do hospital para o presídio militar: “Fui muito esmurrado no estômago, saco plástico na cabeça, palmatória na planta dos pés.”

Laci ainda está tomando remédios com receita controlada, por apresentar um quadro de depressão. O casal quer deixar o país para que a perseguição acabe e pede a punição do responsáveis pela tortura e pelas perseguições e represálias. “Precisamos que o Estado brasileiro haja de forma a punir estas pessoas, pois nós não somos um caso isolado”.

Assista acima à reportagem ou clique aqui para acessar diretamente no Youtube.

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