Por Gizele Martins, da Rede Nacional de Jornalistas Populares
“Este é o segundo caso de opressão policial que sofro. Hoje eu encontrei a minha companheira chorando na calçada porque os policiais a agrediram verbalmente. Eu quero respeito!”
Estas foram palavras de José Luiz Farias da Silva, morador de Acari, que por volta das 8h da manhã desta sexta-feira, dia 29 de julho, saía com ela para comprar produtos para a lanchonete da família que funciona na mesma comunidade.
Luiz explica que saiu por um beco com o carrinho de compras e ela por outro. “No caminho, ela passou por oito policiais militares, deu bom dia, mas eles começaram a gritar com ela, xingaram de todos os nomes, diziam que era informante e mandaram ela sair. Eles, naquele momento, estavam arrombando as casas de outros moradores”, disse Farias.
Ao voltar, Luiz Farias – que em 1996 perdeu o filho Maicon de Souza da Silva, de apenas 2 anos de idade, também por causa da violência policial – disse que quando viu a sua esposa Maria da Penha de Souza Silva chorando na calçada, começou a discutir com os policiais.
“Eles gritavam, e eu discuti também. Minha esposa já tem o trauma de ter perdido um filho, e eles ainda a desrespeitam desse jeito. E eu como pai do Maicon quero que a imprensa coloque mais este caso à público. Isso é mais uma opressão policial, é violência”, completou o morador.