O que você chama de “fim” da Ditadura?

O que você chama de “fim” da Ditadura? De 1985 para cá, como um passe de mágica, a democracia nasceu? O que você entende sobre o tempo do luto? O que você acha de termos tantos desaparecidos políticos? O que pensa sobre o número de presos e torturados?
Fomos todos surpreendidos neste domingo, 17 de fevereiro de 2013, com a notícia do suicídio de Carlos Alexandre Azevedo. Carlos fora torturado quando tinha 1 ano e oito meses no momento da prisão de seus pais, na época perseguidos pelo regime ditatorial, em 16 de janeiro de 1974.
Chegou a ser levado ao Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops), famoso centro de repressão política. Ele cresceu com sérios traumas, detalhes peculiares foram trazidos em uma entrevista concedida à revista Istoé. Marcas da repressão política, uma avassaladora repressão.
Frei Tito de Alencar suicidou-se na França após ter passado por longas torturas e dessa forma foi considerado uma vítima da ditadura, reconhecido pela Comissão da Anistia do governo. Fleury, o delegado, torturou Tito e deixou lembranças que o pertubou psicologicamente.
Truculência da ditadura
Tanta gente busca medir em pilha de corpos o nível da truculência da ditadura, o que configura grande erro. Todos os números vão mudar e há uma tendência de ampliação do debate, na medida em que, nesse curto espaço de tempo da existência Comissão da Verdade, diversos assuntos foram colocados em pauta diante da sociedade.
De forma alguma devemos desprezar ou minimizar as sequelas entre as milhares de vítimas da repressão no Brasil. A morte de Carlos Alexandre Azevedo nos provoca indignação. Abre uma ferida que não vai cicatrizar diante da insistência pelo esquecimento. Foram anos difíceis, em que o sangue escorria mas a verdade não aparecia nem em revistas nem em jornais.
(*) Fonte: Blog da Thais Barreto.

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