Quando o que hoje está na presidência da república, durante a votação que efetivou o golpe contra a Presidenta Dilma Rousseff em 2016, dedicou o seu voto a um torturador da ditadura, julguei estar assistindo a algo inadmissível.
Algo fora dos limites do aceitável. Era inacreditável que isso ficasse impune. Não sei quais razões ou desrazões fizeram com que tamanha agressão não fosse punida. Juristas, advogados e advogadas devem saber. Deveríamos saber.
Por que as eleições de 2018, totalmente viciadas de todo tipo de mentiras, calúnias, ameaças, difamação, intimidação, foram tidas como válidas e conduziram ao que está aí?
A omissão paga-se caro, em qualquer terreno, quer seja no âmbito pessoal, familiar, político ou social mais abrangente. Quando me calo diante de piadas homofóbicas ou racistas, xenófobas, estou sedo conivente com o crime.
Isto é o que nos aconteceu, como país. Fizemos de conta de que nada tinha acontecido. E não foi apenas um ato isolado de uma pessoa. Foi uma massa de pessoas fazendo de conta que não estavam vendo, que nada estava acontecendo.
Isso mesmo aconteceu na Argentina de Videla. A ditadura sequestrava, matava, torturava, e nada era feito. A imprensa dava cobertura e apoio às ações ilegais, o tempo todo.
Muita gente acreditava no que lhes metiam na cabeça. Esse é o problema. Quando deixo de ver a realidade e acredito no que me querem fazer acreditar, morri. Já não sou mais eu. Têm alguém no meu lugar e não sou eu mesmo.
Temos a possiblidade de, como nação, defazer essa opção suicida que instalou a desumanidade no espaço público.
Um projeto de reconstrução nacional e social está sendo defendido por Lula e Alckmin, do movimento Vamos juntos e juntas pelo Brasil.
Estas eleições podem ser a possiblidade de desfazer um imenso equívoco. Votar em quem prega a morte não é brincadeira. Melhor votar em quem fez e faz muito pela vida. Simples assim.

Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/