Nos anos 1980, ser petista era um sinal de extremo radicalismo revolucionário. Dizer-se petista poderia custar na pior das hipóteses cadeia e, na melhor, perseguição trabalhista e alguns impropérios daquele tio conservador.
Nos anos 1990, ser petista era uma espécie de tendência, ao lado dos “caras pintadas” e da Carla Perez. Mais dia menos dia, todos os homens racionais se tornariam petistas.
Nos anos 2000, parte da tendência se confirmou, indo inclusive mais longe: o petismo se democratizara. Ruralista, dona-de-casa, empresário. Todos, enfim, podiam ser petistas. Surge a figura do “petista progressista”, incomodado com tanta gente nova.
Nos anos 2010, “petista” virou sinônimo de “progressista”. E quem discorda é tudo black bloc.
Jornalista, 40, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.