Nem preso; Ibope em alta

E, finalmente, foi preso Nem, chefão do tráfico da Rocinha e bandido mais procurado do Rio de Janeiro!

Isso mesmo, um bandido procurado (!), como naqueles filmes que se passam no velho-oeste americano.

Não, não, ninguém sabia de seu exato paradeiro no morro, localizado em pleno coração da Zona Sul do Rio de Janeiro e cercado por delegacias, casas e prédios de luxo.

Nem policiais militares, civis ou federais, que já cansaram de fazer incursões na favela: nenhum deles – ninguém mesmo – sabia, todo esse tempo, onde estava Nem. Não obstante, os agentes de segurança uniram esforços para capturá-lo e, heroicamente, chegando a recusar novas ofertas milionárias de propinas, encontraram o traficante.

Bandido procurado, como no Velho-Oeste americano

Não, não houve em absoluto interesse político algum por trás dessa operação. E, se até hoje isso não havia acontecido, era somente porque Nem aprendeu muito bem, quando criança, a se esconder no pique-esconde, além de ter obtido vasta experiência e conhecimento nos jogos de polícia e ladrão.

Essa é mais uma das historinhas para boi dormir que os grandes jornais cariocas contam para seus leitores – a maioria dos quais alienada quanto ao que se passa de fato numa favela e a real tônica da relação entre policiais, moradores e traficantes.

Fica registrada mais uma vitória para o governo do estado, sempre empenhado em resolver o problema da violência e do tráfico de drogas no Rio de Janeiro.

Agora, com a prisão de mais um elemento de enorme periculosidade – muito mais do que os políticos e autoridades federais que deixam drogas e armamentos pesados entrarem pelas fronteiras do país diariamente – a cidade vai garantindo a paz para a Copa do Mundo e Olimpíadas.

Enquanto à favela carioca, que receberá mais uma UPP – agora serão 19, faltando só mais umas novecentas e tantas para apertar o cerco em todos os morros da cidade – restará, provavelmente, apenas o comércio do tráfico de drogas sem armas com a conivência dos policiais, a outras, em cidades da Baixada Fluminense e até Macaé, caberá prover novas residências para os bandidos migrantes.

É isso aí, excelentíssimos parlamentares: política de urbanização, educação e transporte, zero; UPPs, nota dez, com direito a muito Ibope e votos nas próximas eleições!

 

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