Mensagem do Papa Francisco

“Ângelus”, dia 10.06.2018

Caros irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste Domingo nos mostra dois tipos de incompreensão que Jesus teve que enfrentar: a dos escribas e a de seus familiares. A primeira incompreensão. Os escribas eram homens instruídos nas Sagradas Escrituras, e encarregados de explicá-las ao povo. Alguns deles haviam sido enviados de Jerusalém à Galiléia, onde familiares de Jesus se espalhava, para desacreditá-lo aos olhos do povo, assim fazendo papel de fofoqueiros, coisa feia. Para isto também foram enviados aqueles outros. Esses escribas chegam com uma acusação precisa e terrível, e economizando palavras, vão ao centro, e dizem assim: “Este homem está possuído por Beelzebul, e expulsa os demônios graças ao chefe dos demônios.”  Ou cega : o chefe dos demônios quer dizer mais ou menos que se trata de um endemoniado. De fato, Jesus curava muitos doentes, enquanto eles querem fazer crer que o que Ele fazia  não era pelo Espírito de Deus,  mas com o do Maligno, pela força do Diabo. Jesus reage com palavras fortes e claras, não tolera isto, porque aqueles escribas talvez sem se darem conta, sucumbem ao pecado mais grave: negar  e blasfemar do Amor de Deus, que está presente e opera em Jesus. E a blasfêmia, o pecado contra o Espírito Santo, é o único pecado imperdoável – assim disse Jesus- porque parte de um fechamento do coração à Misericórdia de Deus, que age em Jesus.

Mas, este episódio contém uma advertência que serve a todos nós. Com efeito, pode implicar uma forte inveja da bondade e das boas obras  de uma pessoa, pode levá-la a acusar falsamente. Aqui há um verdadeiro veneno mortal: a malícia com que, de maneira premeditada, se quer destruir a boa fama do outro. Deus nos livre desta tentação! E se, examinando nossa consciência, chegarmos a perceber que esta erva daninha está germinando em nós, vamos logo nos confessar, no Sacramento da Penitência, antes que ela se desenvolva e produza seus efeitos perversos, que são incuráveis.

Estejam atentos, porque tal atitude destrói a família, as amizades, as comunidades e até a sociedade.

O Evangelho de hoje nos fala também de uma outra incompreensão, muito distinta, nos embates de Jesús: a que se refere aos Seus familiares. Estes andavam preocupados, porque Sua nova vida, itinerante lhes parecia uma loucura. De fato, Ele se mostrava tão disponível para o povo, sobretudo pelos doentes e pecadores, a ponto de não ter mais tempo sequer para comer. Jesus era assim: primeiro o povo, servir o povo, ajudar o povo, ensinar o povo, curar o povo. Vivia para povo. Não tinha tempo sequer para comer. Seus familiares, então, decidem leva-lo para Nazaré, para casa. Chegam ao lugar onde Jesus estava a pregar, e O mandam chamar. Então lhe dizem: “Eis que, tua mãe, e teus irmãos e irmãs estão lá fora a Te procurar”. Ele responde: “Quem é a minha mãe, e quem são os meus irmãos?”, e olhando para as pessoas que estavam em volta Dele, para escutá-lo, acrescenta: “Eis minha mãe e meus irmãos! Porque quem faz a vontade de Deus, este é meu irmão, irmã, e mãe”. Jesus formou uma nova família, não mais baseada em laços naturais, mas na fé Nele, baseado no amor que nos acolhe e nos une entre nós, no Espírito Santo.

Todos aqueles que acolhem a palavra de Jesus, são filhos de Deus e irmãos entre si. Acolher a palavra de Jesus. Falar pelas costas dos outros, destruir a fama dos outros, isto nos torna família do Diabo.

Aquela resposta de Jesus não é uma falta de respeito para com Sua mãe e Seus familiares. É, antes para Maria é o maior reconhecimento, porque justamente para Ele, ela é a discípula perfeita que em tudo, obedeceu á vontade de Deus.

Que a Virgem Maria nos ajude a vivermos sempre em comunhão com Jesus, reconhecendo a obra do Espírito Santo, que age nele e na Igreja, regenerando o mundo em nova vida.

https://www.youtube.com/watch?v=XPaorXmITSQ

Do minuto 0:15 ao minuto 07:15)

Trad.: AJFC

Colaboração: Eleonora Calado Deplagne

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