Livros são lugares

Muitas vezes, quando penso num livro ou folheio algum dos que já li, não estou querendo apenas ler o livro, mas ir ao lugar aonde ele me leva. Não sei se entendes isto, mas se gostas de leitura, sabes do que estou falando. Agora estou lendo A Senhora Cornélia, de Cervantes, e o livro me leva a lugares que achei em Machado de Assis, em  A mão e a luva. Quando penso em Bécquer, Rimas, vou à lira no canto da sala esquecida, esperando a mão que lhe diga como a Lázaro, levanta-te e anda.

Se penso nas Crônicas marcianas ou na Cidade perdida de Marte, de Bradbury, ou A cidade e as estrelas, de Azimov, revivo, no primeiro caso, o sentido ao ler o livro, e, no segundo, o instante em que o comprei em São Paulo, na Avenida Paulista, quando estudava na escola de Sociologia e Política. Lembro que o livro tinha falha e voltei para reclamar. E a história de Alvin, o único numa humanidade programada, lida em casa, me fascinou. Assim é com outros livros, como já disse em escrito sobre este assunto. Livros são lugares.

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