Míssil que atingiu um comboio de ajuda humanitária da Agência de Assistência aos Refugiados Palestinos matou dois motoristas. Bombardeio, que ocorreu durante cessar-fogo estabelecido por Israel, levou à interrupção do auxílio da ONU a Gaza. Por Gustavo Barreto, da redação. Leia mais clicando aqui.
Jornalista, 40, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.
Em um comunicado, Ban Ki-moon assinalou que o incidente ocorreu durante as três horas em que Israel havia prometido suspender os ataques, para a entrada de ajuda ao território palestino. “Desde o início do conflito, há 13 dias, quatro empregados da UNRWA foram mortos”, destacou Ban Ki-moon.
Ele acrescentou que a ONU se mantém em contato com as autoridades israelenses para que se investiguem a fundo este e outros acontecimentos, como modo de obrigar Israel a tomar medidas que evitem novos ataques.
O secretário-geral reiterou sua convocatório por um imediato cessar-fogo, para facilitar o acesso irrestrito de bens humanitários e permitir que os trabalhadores assistam a população necessitada, em condições de segurança.
Ban Ki-moon explicou que a UNRWA não pode garantir a integridade de seu pessoal e considerou inaceitável interromper suas tarefas de assistência em um momento em que a crise humanitária aumenta.
A caravana atacada transportava mantimentos humanitários a partir do acesso norte da Faixa de Gaza e portava bandeiras da ONU. Além disso, os condutores vestiam jalecos que os identificavam como funcionários das Nações Unidas. A UNRWA distribui alimentos a cerca de 750.000 pessoas em território palestino.
Genocídio é comparado a uma “nova nakba”
Segundo a agência de notícias AFP, o número de vítimas da ofensiva israelense na Faixa de Gaza subiu nesta quinta-feira (8), para 763 mortos, após novos ataques mortíferos e a recuperação de muitos corpos pelos socorristas durante uma pausa nos bombardeios.
A ofensiva israelense na Faixa de Gaza entrou no seu 13º dia e já deixou mais de 3.200 feridos, segundo o chefe dos serviços de emergência, Muawiya Hassanein. Oito militares israelenses foram mortos desde o início da ofensiva, em 27 de dezembro.
Para o primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, a ofensiva israelense constitui uma nova ‘nakba’, a “catástrofe” que foi para os palestinos a criação, em 1948, de Israel em 75% da Palestina histórica. Segundo a AFP, as agências humanitárias denunciaram uma crise “total” no território pobre e densamente povoado, onde falta água, comida, combustível e energia.