Indignemo-nos! E mãos à obra!

Indignemo-nos mais e avancemos 

Superando a barbárie – o Capital

O seu Deus deletério e tão letal

Em canoa lançada ao mar, sem remos

Nos movendo a fazer o que não cremos

Contra tão desigual modo de vida

Pois mantê-lo seria suicida

Moradores de rua sem direitos

Sem que planos urbanos sejam feitos

É pra isso que a História nos convida?

Insurjamo-nos contra quem devasta

De mil formas, o Planeta e seus viventes

Agrobusiness, garimpos que ferozmente

Envenenam solos, rios, em área vasta

A quem mata a floreta, demos basta!

Levantemo-nos também contra banqueiros

Que bem mais que a COVID são coveiros

De milhares de óbitos, no País

Protegidos por leis demais servis

É urgente enquadrar os embusteiros!

Gigantescas empresas combatamos

De armamento, agrotóxico, petroleiras

De remédios inúteis, trapaceiras

Controlando o consumo em vários ramos

E também produção controlar vamos

Tendo claro que o Estado as legaliza

Basta ver o que dizem as pesquisas

E o Congresso entreguista lhes é sujeito

Tantos votos comprados fazem efeito

Um sistema de morte não se alisa!

Quê dizer de um País como o Brasil?

Um gigante produtor de alimentos

Cujo povo faminto em passos lentos

A procura de osso e lixo vil

Pois as suas riquezas, gere um covil

Quê dizer de uma Câmara de vendidos

Que, eleitos, parecem mais bandidos

Representam a si mesmos, não ao Povo

É urgente forjar o mundo novo

Superando falsários carcomidos

Neste chão do país, rastejam à toa

Periféricos, pretos, favelados

Grande parte com processos não julgados

Governantes impunes, numa “boa”

PGR protege, agindo à toa

E se fosse um Governo de Esquerda

Que fizesse um por cento dessas perdas?

Outro golpe teria já curtido

Nós estamos cercados de bandidos

De gravata, sendo as massas ‘inda lerdas

Que dizer de uma Câmara que permite

Que seu chefe Arthur Lira se aposse

De poderes que ferem nada “doce”

Usam as metas do povo qual dinamite

Em favor de si próprios, da elite

Expulsando os pobres do orçamento

E livrando de impostos os opulentos

Conivente, a Justiça bem mais faz

Em favor dos “de cima”, dos boçais

No final, só protegem os avarentos.

A COVID escancara veias abertas

As enormes distâncias sociais

Entre o Povo e a elite de boçais

Nas mãos destes, riquezas encobertas

Povo vive de migalhas, de “ofertas”

Que dizer da maldade monstruosa

Do montante da “dívida” nebulosa

Que ao país do abismo põe à frente

Que do PIB consome parte ingente

Já foi paga esta dívida impiedosa.

Indignemo-nos contra os tais eleitos

Que declaram ser nossos representantes

E da vida do Povo tão distante

A transporte de luxo são afeitos

Pra subir, sempre dão um certo jeito

Quando o Povo vai a pé, metrô lotado

Se adoece, só o SUS tem do seu lado

É a pública, a escola que frequenta

Por que não nova Lei não se inventa

A gestores e Povo, o mesmo lado

A barbárie em Moïse perpetrada

É frequente ao que é feito a pobres, pretos

Que são alvo de quem os torna “gueto”

Nossa gente é vítima dessa toada

Pela casta burguesa liderada

Os “de baixo”, porém, resistem fortes

Sem cederem a qualquer pacto de morte

Pelas ruas e praças dizem “não!”

Nossa luta jamais será em vão

Combatendo essas forças desalmadas

Gasolina chegando a mais de dez

E a política de preços continua

Isto muda com nosso povo na rua

Procurando retomar a sua vez

Pois já basta o quanto Moro fez

Em sequência dos golpistas de dezoito

Desmontando o Brasil, com gesto afoito

Já é tempo de fazer justiça ao povo

Empenhemo-nos num horizonte novo

Superemos o trauma de dezoito.

João Pessoa, 02 de fevereiro de 2022

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