Guantánamo: a barbárie revelada

Guantánamo: a barbárie revelada

Mais da metade dos presos que passaram por Guantánamo são inocentes. Esta é a manchete do OperaMundi desta segunda 25.

“Os jornais El País, The New York Times e Washington Post publicam em seus sites na noite deste domingo (24/04) uma série de documentos secretos que revelam informações detalhadas sobre a base militar norte-americana de Guantánamo. Os três veículos tratam de fichas de 759 dos 779 presos que passaram pela prisão.

Com data entre 2002 e 2009, os registros revelam que o governo dos Estados Unidos usou a prisão de Guantánamo ilegalmente para obter informação dos detidos, independentemente de serem suspeitos ou não. Informam também que parte dos prisioneiros afegãos e paquistaneses eram inocentes, incluindo motoristas, agricultores e cozinheiros, que foram detidos durante operações de inteligência em zonas de guerra.” (Matéria na íntegra aqui)

Natalia Viana, da agência de notícias ‘Pública’, publicou uma entrevista exclusiva com Julian Assange, principal liderança do WikiLeaks.

“Os Arquivos de Guantánamo, que o WikiLeaks começou a publicar, jogam luz sobre essa monstruosidade da era Bush que a administração Obama decidiu continuar”, afirmou Julian Assange com exclusividade para a Pública nesta segunda-feira.

A declaração de Assange resume a importância do vazamento mais recente da organização, que começou a ser publicado ontem à noite. São milhares de fichas de prisioneiros ou ex-prisioneiros de Guantánamo, em Cuba, e outros documentos relacionados, emitidos pela JFT-GTM (Força-Tarefa de Guantánamo) e enviados na forma de memorandos ao US Southern Command (Comando Sul dos Estados Unidos).

As fichas relatam o estado de saúde dos atuais presos, refazem a teia investigativa que os levou à prisão e revelam que boa parte dos acusados foram incriminados com base em depoimentos de outros presos obtidos sob tortura dentro e fora de Guantánamo – nas prisões secretas da CIA. Uma revisão cuidadosa dos documentos revela que o mercado de recompensas promovido pelos Estados Unidos levou à detenção de inocentes por acusações formuladas por informantes interessados em prêmios em dinheiro. (Matéria na íntegra aqui)

No documentário abaixo, com legendas em português (entre outras), há informações completas sobre o projeto.

Obama havia prometido fechar Guantánamo; Mais uma promessa vazia

Desde a criação da prisão norte-americana, em 2002, morreram sete presos no local, segundo dados oficiais. Sua manutenção não encontra amparo em nenhuma convenção internacional e, portanto, não há como fiscalizar o que acontece em seu interior, motivo pelo qual os EUA são criticados por organizações de direitos humanos. Os EUA também não permitem que a ONU (Organização das Nações Unidas) inspecione as condições da base e do tratamento recebido pelos detidos, segundo lembrou o diário de notícias OperaMundi.

Atualmente, há 172 detidos. O máximo de prisioneiros que ficou no local foi 779 em 2003. Em sua campanha presidencial, Barack Obama havia prometido fechar a prisão e havia estiuplado inclusive uma data: 22 de janeiro de 2010. O prazo venceu sem que uma nova data tenha sido fixada, o que levou funcionários de seu Governo a propor a transferência por tempo indeterminado dos prisioneiros para o território nacional. “(…) o ímpeto de pôr a ideia em prática freou diante da oposição dos legisladores, inclusive de seu próprio partido, a aceitar a transferência dos presos para os Estados Unidos.”

Clique aqui para outras informações sobre os horrores liberados para o público pelo WikiLeaks.

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