Espionagem e intimidação no DF?

O relato (e ação) é do deputado Chico Alencar:

Nesta 3ª, vários jovens ligados a movimentos sociais e ao Comitê Popular da Copa foram abordados, por telefone ou em casa, por supostos ‘fiscais do TRE’ para checar os domicílios eleitorais – indagando tb, absurdamente, horário de trabalho e outros dados sobre a rotina diária dos ‘inquiridos’.
Ao saber dessa ‘ofensiva’ sobre determinados cidadãos, mais politizados, de imediato falei com o gabinete do Presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, que negou peremptoriamente qq ação do órgão no sentido de ‘conferir dados’ de eleitores, seja por telefone, emails ou visitas domiciliares.
Falei tb com o Secretário de Segurança do DF, cel. Paulo Roberto, que igualmente negou qq ação dos seus agentes nesse sentido, e reiterou “o respeito pelas manifestações democráticas e pacíficas, como afirmado na reunião com os movimentos semana passada”. Recomendou que quem recebesse as tais “visitas”, e delas desconfiasse, que fizesse, de pronto, Boletins de Ocorrência.
Por fim, liguei para um desses “visitadores”, que deixou seu telefone com Thiago Ávila (um dos abordados), que disse chamar-se Cláudio Antunes. Ele afirmou estar a serviço da Justiça Eleitoral do DF e apenas conferindo dados – como duplicidade de endereços – após o recadastramento biométrico, como lhe foi “determinado por superiores do TRE”. Garantiu que sempre se identifica com o documento funcional e que quem não quer dar informações não é obrigado a fazê-lo.
Checando esta suposta operação com o TRE/DF, o gabinete da presidência afirmou que não autorizou qq iniciativa, mas a Ouvidoria admitiu que poderia ser proveniente de cartório eleitoral, com vistas às próximas eleições (para eventualmente convocar mesários, por exemplo). Só que isso não bate com o tipo de perguntas que foram feitas. Agora confirmamos que este cidadão (Cláudio Antunes) não consta como servidor do TRE/DF e o número de matrícula que deu – 95910 – é inexistente, segundo a Ouvidoria do órgão.
Se for ação de ‘secretas’, para intimidar, foi ‘bola fora’… Por cautela, que ng responda a qq indagação de quem não provar muito bem provada a sua finalidade LEGAL. Sendo o caso, vamos desmascarar os aprendizes de repressores. Que coisa primária! E manter, claro, a mobilização crítica e criativa, sempre com serena firmeza.

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