Em tempos de tragédias no Rio, por causa da incompetência dos governantes, lembremos também dos escafandristas e a tragédia do amor interrompido:
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Eu tava mexendo no violão, comecei a fazer a melodia e a primeira coisa que apareceu foi exatamente a cidade submersa, isolada de tudo. Cantarolando, parecia que a música queria dizer isso. Eu tinha que ir atrás depois, tinha que explicar a cidade submersa, tinha que explicar essa história. Apareceu a cidade submersa antes de qualquer outra coisa. Aí eu coloquei esses escafandristas [que usam escafandros, aquelas roupas de mergulhadores] e esse amor adiado, esse amor que fica pra… pra sempre. Essa idéia do amor que existe como algo que pode ser aproveitado mais tarde. Que não se desperdiça. Passa-se o tempo, passam-se milênios e aquele amor vai ficar até debaixo d’água e vai ser usado por outras pessoas. Um amor que não foi utilizado, porque não foi correspondido, então ele fica ímpar, fica pairando ali, esperando que alguém apanhe e complete a sua função de amor.
Jornalista, 40, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.
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