Nota publicada pelo Laboratório de Direitos Humanos de Manguinhos – 20.3.13
Nosso mano Matheus Oliveira Casé, de 16 anos, faleceu após receber um tiro de pistola taser (arma de eletrochoque) de policiais UPP de Manguinhos, próximo a Praça Américo Júnior-Vila Turismo. Houve demora e até recusa em atendê-lo pela polícia, que, levado para a UPA, não resistiu e veio a falecer neste local.
Revoltada, a comunidade saiu às ruas e houve diversos conflitos com os militares, que, na hora da entrada e saída das escolas, por volta das 12h30, tentavam conter os diversos grupos de protestantes por entre as vielas da favela, fortemente armados com fuzis e pistolas. Um dos amigos de Matheus foi agredido a socos e pontapés e levado preso pela polícia. A violência foi exibida nos telejornais. Outro atirou frontalmente contra a multidão com um pistola Magnum 357 de uso particular…
Um dos ativistas do Laboratório de Direitos Humanos de Manguinhos também foi abordado pelos policiais que lhe tomaram o celular com o qual registrava a situação de conflito e o agrediram, com socos.
A revolta mais uma vez eclodiu em uma comunidade marcada pela enchente, pelas ruínas e escombros, em uma situação de calamidade. Em uma das escolas de Manguinhos, a Albino Souza Cruz, as crianças estão sem luz e sem água potável há cerca de um mês. Ratos, entre outros vetores, se multiplicam por entre os diversos reservatórios de água deixados pelas obras do PAC-Manguinhos. O cenário é desumano!
Matheus era nosso irmão. Sua avó, por muitas vezes, saciou nossa fome. Hoje nos faremos mais fortes para lutar em seu nome!
A justiça de Deus tarda mas não falha. porém temos que não deixar que esses bandidos fiquem impunes. FORÇA MANGIUNHOS, MÃO DESISTAM DA LUTA.