Os heróis por aqui não trabalham sem garantia. A ação corajosa não se dá antes de um bom acordo, como nos moldes do fatídico “com o Supremo, com tudo”.
Autor: Paulo Branco
A capacidade de indignar-se com o que é injusto, desumano e vil é o que alimenta os grandes pessoas. Aqueles que agem destemidamente diante de um poderoso algoz, vislumbrando a libertação e o bem do seu povo, alimentam a fé no improvável, fazendo o oprimido acreditar em si e lutar pela mudança.
Com o Judiciário cada vez mais em evidência, o comportamento dos magistrados e votos, na grande maioria das vezes, passou a ser ditado pela pressão midiática e interesses particulares.
Diante da visível limitação do presidente, quem seria o estrategista capaz de perceber que era hora de reagrupar a militância, mesmo com um governo em frangalhos? Quem continua a elaborar vídeos e propagandas em massa pelo whatsapp, capazes de manter tamanha sandice viva e ativa?
Em pouco tempo, repetimos os mesmos métodos e discursos para enfrentar as adversidades: o ato de resistir, quando não há forças o suficiente para sobrepor-se ao adversário, torna-se prenúncio da derrota.
Depois de uma eleição movida a ódio e intolerância, o esgotamento tomou conta até mesmo do mais radical. Aquele que prometia fazer e acontecer pós-eleição, decidiu-se por uma trégua, um repouso.
Consolidada a ideia de evitar desgastes, todo mundo passou a pisar em ovos, com um medo danado de entrar em novas e improdutivas discussões.