Há dias em que sentes uma alegria profunda. Não tem alegria maior do que a da gente ser quem a gente é. Vem pensamentos engraçados na tua cabeça e ris, simplesmente ris. Agora que registras isto, a alegria está contigo, mansa, uma quieta companhia. Deve ter sido assim quando eras criança, mas não tentas especular. Apenas ris, interiormente, ou com o corpo todo, ris. Deves ter tirado um peso de cima, ou muitos pesos, todos os pesos. Os pesos das funções, das identificações, das obrigações. Viver não é um fardo, não é uma carga. É um deixar-se ser, um deixar-se estar, um estar aqui, pleno, feliz, como estás. Não necessitas a toda hora estar te obrigando a fazer isto ou aquilo, ou a ir lá ou acolá, ou a estar de um modo ou de outro. Basta estar, basta ser. Já és o que deves ser, estás em paz, feliz.

Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ-Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/