A Sociologia do Cuidado começa com a morte

A sociologia do cuidado começa com a morte, não a morte física, que ninguém pode evitar, mas com a outra: a morte prévia, que pode e deve ser evitada. A que me refiro quando digo a morte prévia? A morrer antes da hora, a esse suicídio em conta-gotas a que muita gente se entrega, por não perceber que o tempo se vai, tempus fugit, como diziam os antigos. E se o tempo se vai, e eu com ele um dia, um dia que não sei, mas que está precisamente marcado na memória de Deus, é importante, de vital importância, que eu saiba o que eu faço com meu tempo, a única coisa neste mundo da qual posso, de fato, dispor. Aqui, começa um infindável debate sobre o que seja aproveitar o tempo. Cada um, cada uma, terá que pesquisar por sua conta. Da minha parte, apenas posso me dar por satisfeito por ter percebido, nesta manhã de domingo em que todos ainda dormem em casa, que ésta é a questão principal: que a sociologia da vida começa com a morte, não a morte física, mas a morte interior, a morte prévia, que consiste em desistir de sermos donos do nosso próprio tempo.

 

 

Deixe uma resposta