Anoche el Padre Comblin presentó su libro A profecia na Igreja no Centro de Direitos Humanos Dom Oscar Romero, no Tibirí. Obviamente, alguém questionará, como de fato um questionou ontem à noite, por qué o livro não fazia referência à profecia fora do âmbito da Igreja Católica. Muito pacientemene, com classe, el padre Comblin explicó, en su tono maduro y sereno, jocoso, sin duda, pero muy respetuoso, que el libro se refería a dos mil años de profecía, que su vida está terminando, y que otros sin duda podrían continuar su tarea, yendo hacia el campo de las iglesias protestantes. Alder Júlio, diácono y sociólogo, tomó la palabra para recordar en el texto, extensa e intensa mención a la profecía protestante: Lutero, Calvino, etc. Pensaba, con mis botones, por qué no se habría dedicado el libro a la profecía hindú, maya, azteca, quichua, guaraní, kogui, egipcio antiguo, esto sin desmedro de los huarpes, araucanos, comechingones, pampas y otras tribus que, sin duda, deben tener o haber tenido, o aún tendrán, si tuvieran la suerte de sobrevivir, sus propios profetas. Mas não cita Luther King, bradou, com justeza, o protestante reclamante, o que já é, de per si, uma redundância. O livro fala, de fato, da profecia nos dias de hoje, e não apenas no âmbito da Igreja Católica, cuja hierarquia é, de fato, insistente, consistente, lúcida e eruditamente criticada à luz da Igreja de Medellín, de Puebla, del Concilio Vaticano II, de Jesús, de los pobres. Há três capítulos do livro que merecem destaque, e são os capítulos finais: A profecia nos dias de hoje, A profecia futura, e um cujo título não consigo lembrar, mas que se refere à sociedade moderna e a emergência da profecia no cotidiano. “Nenhum de nós é um homem genérico”, diz Comblin. Encíclicas, discursos, bulas, enunciações de princípios gerais, não mudam o mundo. Mas a profecia muda. Você muda. Pode mudar, se quiser. Mas, se não quiser, dirá: Por que este artigo está em portunhol e não em alemão, em catalão, em sânscrito ou em alguma das línguas mortas ou habladas en la China, em Vietnam ou em Coquimbito.
A radicalidade, a lucidez, a clareza, a contundência e a inocência do cristianismo de José Comblin merecem a leitura deste e dos seus outros livros. É isto.

Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/