Para quem consegue discernir o que se passa nos bastidores dos Poderes, nunca houve a mais remota dúvida da existência de um rolo compressor político-policial-judicial predeterminando o resultado do impeachment da Dilma e dos processos contra Lula.
E para maquilar bem o gato que se queria fazer passar por lebre, era necessária uma boa coordenação de movimentos entre os executantes da operação, como esses dois interceptados cujas relações perigosas foram escancaradas pela The Intercept Brasil.
A casa desabou em cima de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, que ainda podem salvar-se de punições legais, mas tiveram usa credibilidade definitivamente reduzida a pó (por mais que o Jornal Nacional tente salvá-los do merecido ostracismo levantando-lhes a bola…).
São zumbis que ainda permanecem se arrastando por aí e emitindo sons que parecem palavras mas, verdadeiramente, não fazem mais sentido nenhum.
Em 2008, quando oportunistas de esquerda tomaram partido no que não passava de uma feroz disputa de gângsteres do capitalismo por um segmento florescente de mercado, eu já fui contra a corrente, ao sustentar que:
— a luta contra a corrupção é uma bandeira de direita e inevitavelmente alavanca o autoritarismo;
— ademais é inócua, pois, passada a fase das perseguições espetaculosas, a corrupção acaba sempre reentronizada (tanto que muitos punidos do passado acabam sendo flagrados também na cruzada moralista seguinte);
— tal inocuidade advém de a corrupção ser intrínseca ao capitalismo e, portanto, ter sua erradicação condicionada ao fim da organização econômica e social baseada na exploração do homem pelo homem (que é tabu no Brasil, como se a História houvesse petrificado após o fim do feudalismo!).
A fase da conciliação de classes, que teve Lula como seu principal expoente, acabou e já foi tarde; os oráculos de que agora necessitamos não serão encontrados no passado.
Iniciaram nova tentativa no último dia 15 de maio e votarão às ruas nesta 6ª feira, com ânimo redobrado, agora que uma das pilastras do governo ultradireitista acaba de ruir fragorosamente.
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